domingo, 13 de novembro de 2011

Nó.

Doçura real ou fictícia
A mentira na verdade
Ou a verdade entrelaçada com a mentira
O que somos afinal?
Multidões de contrariedades
E personalidades mal formadas
O sorriso e a tristeza
A verdade e a mentira
O amor e sua ausência
Raiva, rancor, ressentimento
Felicidade, bem querer, saudade
A criação do hoje embasada em retrato anterior
E aquilo que nos forma; pedaços de lembranças
Resquícios de inveja e admiração por outrem
Inveja e admiração e seus limites tênues
Um devorado ao raiar do outro
Falta de nexo por meio de todo o aparelho cerebral
E o coração sendo enganado pelo cérebro
E o cérebro esmagado pelo coração
Então o que nos torna nós, afinal?
O que nos torna nós?
Nós.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Apenas mais uma noite como esta...

Noites amenas como esta
Depois de um dia longo e rotineiro
E andar nas ruas e fazer alguma coisa para comer
Depois sentar na cama e acender um cigarro
E colocar alguma música tranqüila para tocar
E soltar a fumaça devagar pela boca para aproveitar cada resquício do gosto do tabaco
Querendo aproveitar cada momento da tranqüila solidão praticamente rara
E pensar sobre as coisas, todas as coisas...
Tirar os sapatos mas não as meias, de forma a esquentar um pouco mais os pés...
Poder sentir o vento batendo da janela aberta do décimo quinto andar diretamente nas costas
E desejar muita paz, paz
Perceber que as coisas andam tranqüilas e que nada é realmente dor ou sofrimento
Apenas uma sensação boa no coração
Mesmo com algo estranho que bata no peito uma vez ou outra
Saudade, quem sabe
E logo tudo se vai e tudo passa e tudo volta a ser contemplação de um momento
Os móveis, as cores, os cheiros...
A vontade de conversar com um amigo e falar sobre todas as coisas que são proibidas a si mesmo
Mas então, o que é realmente proibido?
Apenas aquelas coisas que tentamos com toda força esconder de nós mesmos...
Até quando?
Até o fim de algum dia incrivelmente longo, talvez.