sábado, 11 de dezembro de 2010

Em uma noite nas Satyrianas...

Ele tem um rosto saliente e distorcido. Ele é ex cabelereiro e travesti, e seu rosto saliente é distorcido por silicone. Ele que um dia já teve glória e vaidade...Ele que um dia já foi alguém, hoje é apenas alvo de comentários e tristes olhares constrangidos. Fonte de reflexão e tristeza. Porque Ele transpira tristeza. Tudo nele é tristeza. Os passos, os gestos, o passado glamouroso, o presente, a reflezão que sua imagem conduz...tudo nele é triste!
A vida dele é comovente, e a maquiagem...Ah, a maquiagem apenas coloca em escancarada evidência todas as palavras que ele não ousa pronunciar ao mundo. A maquiagem representa o grito desesperado que ele nao consegue transformar em som. Mas transforma em sentimento. Transforma em sentimento genuinamente triste. Transforma no sentimento mais triste que poderia existir para uma pessoa: a desumanização acidental. Ele foi sim desumanizado pela incompetência alheia. E hoje,para alguns, transformou-se apenas num fantasma bizarro que vaga sozinho e maquiado pelas ruas sujas da cidade de São Paulo. O mundo se esqueceu de que ele tem uma alma. Alma que eu pude tocar no exato momento em que ele esbarrou seus olhos tristes nos meus. Ele tem alma, e sabe que eu consegui a enxergar. Ele tem alma e gosta de arte. Ele tem alma de artista. Sua maquiagem é a arte que transborda pelo seu rosto. Ele tem alma, e temos muito em comum. Algo que eu julgo triste e muito especial.
Eu o vi nas Satyrianas. Fiquei sabendo de sua história e precisei escrever sobre o que senti. Precisei escrever, pois tenho certeza absoluta de que jamais o esquecerei.

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Momentâneos...

Momentos de pouco sentir. Inquietude quieta. Rebuliço interno. Querer e não saber. Querer sem saber o que. Procurar o que não se tem certeza. Tentar se encontrar no meio de tanto caos. Insensatez. Dúvidas e desorganização. Destinos e lugares escondidos. Caminhos subterrâneos e passagens secretas. Tudo aquilo que se custa a encontrar. E procurar. Procurar e tentar entender. Percorrer o mundo em busca de alguma coisa mais concreta. Alguma coisa que escape menos que a areia entre os dedos. Tentar entender toda essa vida que precisa ser vivida e conquistada. Quando a maior parte da vida não se conquista ao nascer. A vida se vive vivendo. A vida se vive buscando e conquistando. Conquistando vida com vida. Viver a vida conquistando a vida. E eu aqui, ainda procurando um caminho para seguir e conseguir conquistar mais a minha.

domingo, 14 de novembro de 2010

De dentro do metrô... - parte 3

Durante cinco minutos antes de entrar no vagão, me deparei com sonho e ilusão. Cinco minutos de paz e perdição. Cinco minutos para enxergar muito e acabar por não ver nada. Quando se enxerga muito, e não se vê nada. Quando tudo é muita coisa, mas muita coisa incapaz de preencher. Onde a loucura é só loucura. E onde a paz é só paz. Onde não existe o êxtase primordial. Onde não existe a plenitude de estar vivo em si. Onde o relógio só existe para marcar o tempo que passa, mas sempre volta. Passa e sempre volta. Onde o circuito do ciclo vazio é completo e preenchido. Preenchido, e ao mesmo tempo vazio. Onde se come apenas por comer. Onde se escuta apenas por escutar. Onde se anda apenas por andar. Se anda apenas por andar. Mecânico, desumano. É tudo máquina nesse modo de pensar. E aquela antiga humanidade desumana, onde foi parar?

sábado, 13 de novembro de 2010

De dentro do metrô... - parte 2

Quando tudo aponta como certo aquilo que parece estar errado. Quando sempre alguma coisa acontece no momento ápice de uma decisão. Quando parece se encaixar, mas apenas desmonta mais. Quando a pureza não é mais tão pura. Quando um olhar não é mais um olhar. O que resta no meio de tanta gente nesse mundo? O que sobra de tanta vida não vivida? Despedida. Qual o remédio capaz de devolver a lucidez? Qual o veneno que se confunde com a cura perfeita? A cura certa é incerta. A cura certa é só risco. Risco em busca de um sonho perdido por ruas incertas repletas de vidas. E no meio de tanta vida, onde se encontra a vida? No meio de tanta sede, onde se encontra o cálice que sacia? No meio de tanta coisa, onde se encontra o átomo? A concentração repleta de toda a energia existente? Onde se encontra o meu átomo em mim?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

De dentro do metrô...

Até o trem parar de andar

Eternamente apaixonado. Eternamente louco apaixonado. Eterna e loucamente, confusa e loucamente, estúpida e loucamente apaixonado. Paixão e loucura. Plenitude. Define luz e escuridão. Paradoxos. Define. Querer e não querer. Define. Sentir e não sentir. Define. Viver e não viver. Define confusão. Mas não poesia. Prosa, mas não poesia. Não saber descrever a beleza de uma flor. Não conseguir encontrar espaço para armazenar dor. Dor sem cor. Dor por dor. E doer sem querer. Doer por querer e não querer. Definir. Sentir e não sentir. Definir. Viver e não viver. Definir. Doer só por doer. Doer só por doer. E doer sem nunca querer. E doer até o trem estacionar. Até o trem parar de andar.


“A vida corre pelas ruas numa busca sem sentido
Enquanto o mundo vive em guerra por paz
Não me pergunte o que é que eu quero da vida
O que é que eu quero da vida eu tenho sede de mais
A vida flui na sua loucura e o momento é decisivo
Mas agora estou confuso demais
Não me pergunte o que é que eu quero da vida
O que é que eu quero da vida eu tenho sede de mais”

Charlie Brown Jr. – Tudo pro alto

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Sobre sonhos e realidade.

Sonhos muitas vezes se confundem com realidade. Sonhos muitas vezes não estão tão perto, nem tão longe. Sonhos muitas vezes estão ao lado direito, ou esquerdo. Sonhos muitas vezes estão adiante. Alguns sonhos nascem impossíveis e se tornam possíveis. Outros nascem possíveis e se tornam impossíveis conforme o curso da vida. E muitas outras vezes, na maioria das vezes, sonhos são só sonhos.
Sonhos são só sonhos que podem se bater com outros sonhos. Chocar, esbarrar. E quando um sonho se depara com outro sonho... Ah, como escolher o sonho mais sonhado? Sonhos são sonhos. Como optar por um sonho em troca de outro sonho? Como decidir por um sonho mais querido? Sonhos são para sonhar.
Sonhos são para buscar. Sonhos são para lutar. Sonhos são para viver. O que seria da vida sem ideais? O que restaria no vazio da vida, se ela se encontrasse vazia de sonhos? A vida seria só vazio. A vida seria cheia vazio. Pois sonhos são para sonhar. Sonhos são para sonhar e viver. Então, como desistir de um sonho? Sonhos abandonados deixam burracos. Sonhos abandonados deixam imensos buracos vazios. Eles descobrem o vazio. Como deixar de sonhar?
Sonhos não são para se abandonar, sonhos são sempre sonhos. Como não parar de buscar um sonho? Como continuar sonhando, se sonhos ao mesmo tempo em que preenchem a vida, se confundem com outros significados de vida? A vida real. Sonhos se confundem com a vida real. E na vida real, é preciso optar por certos sonhos. Em troca de outros. Optar por alguns sonhos, em troca de outros sonhos. E eu vivo na vida real.
Eu vivo na vida real, em uma selva de pedras. Vivo num sistema, sou parte de um sistema. Sou alienada por um sistema, completamente alienada. E escolho abandonar meus sonhos, pois é isso que me ensinam. Meu mundo me ensina a abandonar meus sonhos. Meu mundo real. E dois sonhos são muita carga para o meu mundo real, mundo de gente. Preciso abandonar um sonho, mas não sei qual. Estou abandonando um sonho, e ainda nem ao menos me dei conta disso.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Decisões.

Já faz alguns dias que eu não sento pra escrever um pouco. Embora não ande fazendo muita coisa, sei lá, ando com preguiça de tudo. Acho que o ócio conduz ao extremo do ócio. E olha que nem todos os meus dias são ociosos. De qualquer forma, estou tentando mudar isso.
Estive meio inquieta comigo mesma essa semana. Vivo inquieta, fazer o que. Fico pensando, pensando, pensando, pensando. E nem sempre encontro solução pro que preciso. Tenho percebido que, infelizmente, a vida é assim: as respostas não surgem do nada. E, pior ainda, muitas vezes elas não surgem. Muitas vezes as respostas se escondem atrás de escolhas. E é preciso arriscar para poder encontrá-las. É preciso tentar, tentar, tentar e tentar mais um pouco, até conseguir encontrar alguma coisa. É preciso pensar muito. Tomar muitas decisões. Deixar muitas coisas pra trás, as trocando assim, por outras. É preciso ser forte e seguir um eixo. É preciso não se perder, não se deixar levar, e não desistir jamais. É preciso lutar. É preciso encontrar alternativas. E quando mais tudo isso for sendo realizado, mais perto as respostas se colocarão.
Cara, acho que isso aqui ta parecendo texto de auto-ajuda. Mas, de qualquer forma, foi só isso que eu consegui escrever hoje. Tentei falar sobre outra coisa, mas não rolou. E olha que eu tenho muita coisa pra falar. Acho que sou um pouco egoísta nesse sentido. O mundo inteiro precisando de uns toques, e eu sempre querendo falar de mim. Complicado. Mas normal. O ser humano gira em torno do egoísmo, fazer o que.
Bién, bién... Auto-ajuda, ou não, foi bom escrever isso aqui. Me sinto um pouco mais leve. Nem tão mais leve, por que ainda tenho milhões de decisões pra tomar, e não posso continuar adiando esse tipo de coisa. Já enrolei muito tempo. O momento das escolhas sempre chega. Infelizmente, ou muito felizmente, o dia das minhas escolhas chegou. E eu tenho muito para decidir. Tenho muitas coisas para posicionar. E não posso mais perder meu tempo adiando atitudes.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Ultimamente...

Ultimamente andei bem ocupada no que diz respeito à tarefas e compromissos que assumi em relação ao teatro. Estou subindo cenas, estudando, lendo os livros, pesquisando, tendo idéias, trabalhando em grupo, adaptando, me abrindo para uma nova turma e novos colegas de trabalhos, essas coisas. Talvez até mesmo eu comece a fazer assistência de direção, se tudo der certo.
A cada aula nova me debato com novos conceitos, novas visões sobre a criação e a arte. Penso em alguma coisa para uma cena, e depois de uma nova aula, penso em algo completamente diferente para ser criado em cima daquilo que eu havia elaborado antes. Sei lá, acho que ando tendo tantas idéias loucas que até eu me surpreendo. Muita loucura, isso sim. Ando pensando e elaborando loucura teatral. Quero me livrar de qualquer tipo de conceito ultrapassado, e meu diretor tem me sido de extrema riqueza quanto à repertório.
Acho que estou numa época legal da minha vida, principalmente no que diz respeito ao meu desenvolvimento como atriz, escritora, enfim, como pessoa. Tenho dezoito anos, e sinto que posso me abrir mais. Sinto que agora consigo me abrir mais. Sou menos tímida que antes. Me sinto feliz por ter começado cedo com o teatro, ele me ajudou a melhorar em todos os sentidos. Gosto do estado de desenvolvimento em que me encontro hoje em dia, e compreendo que ele é extremamente adequado para mim.
Estou no começo de tudo. Agora, posso dizer com certeza que estou no começo de minha vida, ou no início de fases diferenciadas dela. Estou no começo da maioridade. Estou no começo do meu desenvolvimento como cidadã adulta. Estou no começo de minhas escolhas mais importantes. Logo estarei entrando no começo de um curso superior. Estou entrando no início do processo do meu crescimento – meu real crescimento – como atriz ser humano.
Não que eu não tenha crescido antes. Muito pelo contrário, já aprendi muito até aqui. Mas agora, depois de mais de quatro anos de teatro, posso dizer que minha mente começou a se preparar para a criação. Minha mente está preparada para entender o que o teatro realmente significa. Que ele tem sempre algo para ser dito nas entrelinhas. Agora eu compreendo melhor a arte, de uma forma que eu não compreendia há seis meses atrás. E sou grata por essa percepção. Fico feliz por ter noção da minha capacidade, dos meus erros, e dos patamares que posso atingir futuramente.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Vida

Acabei de assistir a um filme incrível. Conta a história de um cara que largou a vida e saiu por ai. Foi viver no mundo, conhecer o mundo, viver o mundo. Remexeu em mim algo que sempre andou inquieto: meu espírito. “Na natureza selvagem”, assim ele se chama.
Sei lá. Eu sempre tive vontade de viajar sem destino. Tenho dezoito anos, e há tempos desejo pegar minhas coisas e sair por ai. Andar durante uns seis meses, sozinha. Só eu e eu. Montanhas com um clima ameno. Praias vazias onde seja possível correr,ser livre. Sentar em lugares tranquilos, ir para bares e lugares diferente. Fotografar cenas, pessoas, animais, lugares, relatar meu espírito em imagens.
Conhecer cidades em que eu seja uma completa desconhecida, e que também sejam completamente desconhecidas pra mim. Não reservar hotéis. Não programar roteiros. Ir para onde der vontade. Dormir onde for possível. Comer quando tiver comida. Escrever, escrever, escrever, e me acabar de tanto procurar palavras para falar sobre todas as pessoas que eu conhecer, tudo o que eu ver, tudo o que eu pensar, analisar, concluir, refletir e encontrar, reconhecer, ter percepção, enfim, gostaria de fazer uma viagem em busca da minha própria plenitude. Para poder ficar em paz comigo mesma. Acho que só depois disso vou conseguir de fato me acalmar.
Preciso descobrir o que está guardado para mim. Ter certeza do que realmente sou. Saber quais rumos dar à minha vida. O que fazer do meu futuro. Preciso de um tempo só meu para aprender mais sobre mim, e questionar sobre isso tudo. Eu preciso viver mais a minha vida. Viver por viver. Viver e realmente viver, não mecanicamente. Rotina, trabalho, produção, tarefas. Tudo isso me incomoda tanto. A vida humana precisa de mais vida. Menos produção, mais vida. Menos dinheiro, mais aproveitamento. O homem precisa crescer mais interiormente. Existir no planeta terra e realmente conhecer o planeta. Ter vida e conhecer a vida. A vida precisa ser mais vivida. Eu quero poder um dia dizer que vivi tudo o que podia viver em minha vida. E quero que isso comece logo.

“E então nunca saberei da verdade pela qual estou tentando passar de novo — ainda depende de mim!” (Clarice Lispector).

domingo, 10 de outubro de 2010

Inquietude humana durante a madrugada.

Pensamento momentâneo: Presa pela inquietude causada por vontade de escrever, parei tudo o que estava fazendo em uma madrugada de sábado e dirigi-me ao computador. Digitemos.

Se for pra falar de mim, que seja escancaradamente. Quero falar de mim com emoção. Por que eu sou emoção. Sou um conjunto desordenado de diversos elementos. Sou a união de várias formas que habitam o interior de um semblante comum entre elas. Eu sou um pouco de cada coisa. “Sou fera, sou bicho, sou anjo e sou mulher.” Sou brasileira. Sou sentimento. Sou lutas misturadas com perdas e vitórias. Trago marcas deixadas por mágoas. Trago poços de felicidade e bons pensamentos. Sou meu passado, meu presente, e serei o meu futuro. Sou eu em todos os sentidos. Ao mesmo tempo, também não sou eu em outros. Eu sou plenitude. Complexidade e humanidade. Sou as coisas que já vi, desde a mais simples até a mais complexa. Sou todos os meus pensamentos. Eu sou minha memória. Sou minhas células mortas. Meu futuro é traçado pelo meu passado. Meu passado me forma e meu presente me transforma novamente. Sou ciclos contínuos de humanidade. Sou meus textos, meus esmaltes, meus sapatos. Eu sou os meus pés. Sou o meu eixo, minha única direção. Minha mente é meu único caminho. O único meio capaz de me definir enquanto estiver viva. Eu sou a minha mente, e sempre serei. Eu sou vida e sou morte. Luz e escuridão. Paradoxos, metáfora, e antíteses. Correntes de incertezas. Dúvidas. Sou o que sinto. Sou certeza e indecisão. Muita indecisão. Sou meus gostos, eterna diversidade. Sou diversa. Sou contraditória. Sou real e irreal. Sou surreal e complexa. Sou pulsação. Sou fluxos inacabáveis e irrestringíveis. Eu sou tudo e nada. Tudo ou nada. Sou vida. Sou indescritível e não sou analisável. Eu sou humano, eu sou simples e puramente humano. E não me defino em parágrafos.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nascimento.

Nessa semana, enquanto estava sentada em um vagão de trem, pensei sobre a palavra nascimento. Não que eu realmente tenha começado a pensar sobre nascimentos do nada, mas algumas idéias me vieram à cabeça. Algumas imagens e significados estranhos, coisas do gênero. Isso costuma acontecer comigo uma vez ou outra. Pensar em alguma coisa completamente desconexa.
Tentei visualizar a palavra enquanto via vultos de paisagem passar sob meus olhos, devido à movimentação do trem. Nascimento. N-a-s-c-i-m-e-n-t-o. O que é um nascimento? O que seria um nascimento, e como utilizar essa palavra sem destruir seu real sentido?! Acho que tive instantaneamente uma compreensão completa do real significado de nascer. Exatamente aquele tipo de entendimento que aparece de uma hora para a outra, como se fosse uma clareza completa, aparentando ser algo genuíno. Fazendo parecer ser algo genuíno, um tapa na cara da visão errônea que se pode adquirir sobre o mundo. Um corte no uso esdrúxulo e ao pé da letra que eu tenho das palavras. Uma mudança da visão mundana, algo mais puro do que as coisas que vejo.
Deparei-me com a convicção de que um nascimento significa muito mais do que a mera fatalidade de nascer. Na verdade, percebi como nascer significa muito mais do que se pode imaginar. Nascer simplesmente significa tudo. Tudo nasce. Não sei se conseguirei demonstrar meus vagos, porém completos pensamentos pelo uso das palavras. Mas imaginei o universo nascendo. Tudo nasce, nada surge. Me debati com a idéia de que os nascimentos têm total poder sobre o fluxo da humanidade. Sobre o planeta terra, sobre o mundo, sobre o universo. Nascimentos são vida. Nascimentos são sinônimos de existência. E tudo o que existe, nasceu um dia. Células nascem. Pessoas, animais, plantas, as formas de vida em geral, todas nascem. Idéias nascem. Conceitos nascem. Uma nação nasce. Inovações nascem. Tecnologia nasce. O amor nasce.A paz nasce. A tristeza nasce. As guerras nascem de atitudes. Tudo nasce. Tudo se cria de alguma forma. Uma coisa não pode existir sem antes ter nascido. Sem antes algum fator ter interferido para que a sua existencialidade se tornasse possível. O universo nasce. Nada surge, tudo sempre nasce. O mundo que nos cerca nasce, ao mesmo tempo em que as situações e as coisas ao nosso redor também.
A única coisa que me intriga, é de onde nasceu a primeira coisa. Onde se deu o início de tudo, e se nada existia antes da primeira coisa existir, de onde essa primeira coisa apareceu? Como se deu o primeiro nascimento? Do que nasceu o primeiro nascimento, se nada existia antes dele? Como se formou a primeira partícula do universo?
Não acredito em Deus, nem deuses, nem nada desse tipo. Não acredito num criador em si. Mesmo porque, se existisse de fato um criador, quem teria o criado? Da onde teria aparecido o criador do universo? E se ele tivesse realmente “surgido” no sentido mais explicito da palavra, o que o teria formado? O que teria formado o universo em que ele foi criado? Por favor, preciso saber da onde surgiu, ou nasceu, todo esse nascimento.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

O teatro em mim.

Bom, hoje eu estava com vontade de escrever sobre teatro. Sobre o meu teatro, sobre o que ele significa para mim. Esse tema segue uma linha diferenciada dos assuntos que eu costumo abordar nesse blog. Fala um pouco menos de mim. É sobre mim, mas de uma maneira diferenciada. Tem mais a ver com a visão que tenho sobre o teatro, e o que ele significa em minha vida. Minhas experiências teatrais, enfim. Acho que já posso começar.
Sempre tive vontade de estudar teatro. Sempre, desde pequenininha. Desde a época em que eu assistia desenhos animados na televisão e tinha vontade de ser aqueles personagens com poderes incríveis, surreais. Quis fazer teatro toda vez que alguma coisa me deixava extremamente entusiasmada. Um filme, uma história, uma pessoa, uma coisa. Tinha vontade de ser aquela pessoa, aquela coisa. Tinha vontade de viver aquela história.
O tempo foi passando e eu crescendo. Minha vontade de teatro aumentava à medida que eu descobria mais profundamente o mundo, formava meu caráter, minha mente, minha personalidade. Minha compreensão sobre o mundo aumentou. Adquiri então a capacidade de distinguir o real do irreal, o moral do imoral, criei minha própria forma de enxergar o mundo ao meu redor. Cresci, aprendi, comecei a longa jornada de formação que um ser humano tem na vida. Passei a observar a arte de uma forma mais ampla. Percebi que arte não se limita. Descobri que as pessoas que estavam presentes nas telas que eu sempre adorei assistir e observar, faziam um tipo de arte. Aquelas pessoas que me divertiram quando eu era pequena em teatros também faziam um tipo de arte. Uma arte que me interessava muitíssimo. Uma arte que eu continuava a querer compreender e explorar.
Acredito que apesar da minha timidez infantil, eu tenha feito algum comentário como “quero ser atriz”, ou algo do gênero, para minha mãe. Não me recordo ao certo. Sei que a vontade existia em mim. Comecei a imitar falas de personagens do cinema, da tv. Pegava textos e os lia procurando uma coisa que no futuro eu chamaria de “entonação”. Comecei a criar o teatro em mim. Meu entusiasmo crescia de maneira exacerbada quando havia algum trabalho escolar que pedisse teatrinho. Mesmo que eu falasse apenas uma fala na apresentação inteira. Não creio que nenhum dos meus antigos coleguinhas de escola jamais tenha ficado tão feliz quanto eu nas apresentações para o resto da sala. E assim as coisas foram acontecendo, até o dia em que abriram uma oficina de teatro no colégio onde eu estudava.
Matriculei-me no curso. Comecei a conhecer um pouco do verdadeiro teatro. Exercícios em grupo, leitura de um texto, essas coisas. Foi bom para mim. Vejo como o empurrão que eu precisava para me abrir mais à arte. O curso durou uns quatro meses. Eu larguei minhas manhãs de “crisma” para poder assistir as aulas. Depois, nunca mais voltei.
O ano acabou, e as aulas também. Chegou à época das férias escolares. Em um dos dias de janeiro, minha mãe leu no jornal da cidade que inscrições para a oficina de teatro do SESI seriam abertas. Eu me inscrevi, e a partir do final de fevereiro, comecei a freqüentar o teatro de lá todas as quinta - feiras à tarde. Devo admitir que não gostei muito do curso. Não sei, alguma coisa não me agradava, da mesma forma que não agradou algumas amigas minhas que também participaram de algumas aulas. O professor era um pouco estranho. Elas acabaram deixando a oficina. Eu continuei até o final do ano. Apesar de o professor não me agradar muito, era uma boa pessoa. Sabia bastante sobre teatro. E fiz alguns amigos por lá, na época.
Como encerramento do ano, houve uma apresentação. Cada aluno apresentou um quadro individual. Alguns apresentaram cenas em duplas também. Tudo bastante amador e improvisado, mas a experiência foi sensacional. Meu único público convidado era minha mãe, não chamei mais ninguém. Era primeira vez em que eu me apresentava para uma verdadeira platéia. Primeiras vezes costumam ter um quê de diferente. Descobrimento, a adrenalina do experimento. É quando se entra em evidência consigo mesmo. Quando se descobre os gostos que realmente são agradáveis ou não. O gosto do palco me agradou.
Depois dessa apresentação, não refiz minha matrícula no SESI. Fiquei sabendo a data dos testes do Wolf. Um amigo meu havia tentado estudar lá um ano antes. Eu cheguei a ir com ele me inscrever, mas era demasiadamente nova. Então, uma vez que tinha a idade adequada para estudar em tal escola, decidi tentar fazer o teste. Fizemos eu, e uma outra amiga. Fomos para a segunda fase, a qual ela não conseguiu passar. Eu fui aprovada. Gostaria de falar um pouco mais sobre esses testes.
No primeiro dia, houve apenas exercícios. Dinâmicas de improvisos, trabalho de corpo, e reação diante de câmeras. Para fazer o segundo teste, ligávamos na escola perguntando o resultado do primeiro. Os aprovados compareceram uma semana depois para participar da segunda fase. Enfim, tive que sentar na frente de cinco professores e improvisar uma situação. Eles me deram um tema, e exatamente um minuto para criar. Eu terminei de 15 segundos, com a certeza de que seria reprovada. Não sei porque, mas fiquei muito nervosa. Eles me deram uma segunda chance. Pediram que eu contasse a história do Pequeno Príncipe. Eu ainda não havia lido o livro. Respirei fundo, e comecei a inventar.
Em minha mente, o Pequeno Príncipe se tornou um adolescente azul que vivia sozinho dentro de uma bolha azul, morava numa casa azul, e era extremamente solitário. Para sair da bolha e encontrar sua princesa no mundo real, ele rasgou a bolha com suas unhas dos pés. Podre, eu sei. Mas me garantiu uma vaga na escola de atores em que me formo no começo do ano que vem.
Não quero ser descritiva agora. Se fosse escrever todas as minhas experiências no Wolf, o resultado seria um livro. Mas posso dizer, com a maior convicção do mundo, que cresci muito lá dentro. O teatro me tornou uma pessoa diferente. Não consigo imaginar o que seria de mim caso não tivesse estudado teatro. Acho que seria completamente o oposto. Talvez não tão confusa, talvez ainda feliz, apenas diferente do que sou hoje em dia. Talvez eu não tivesse criado esse blog, talvez eu não escrevesse hoje em dia. Certamente, eu seria outra Giovanna. Mais tímida, com certeza. Mais fechada. O teatro mexe com a mente do ser humano. Com a mente, e com os sentimentos. Mexe, modifica, e melhora. E me melhorou em muitos sentidos. O teatro é para mim, terapia mental e corporal. Eu me descubro no teatro. Eu descubro os outros no teatro. Eu estudo a mente, o ser humano, no teatro. E amo isso. Amo mais do que muitas coisas em minha vida.
Agora, com dezoito anos nas costas, e no meu segundo processo de montagem teatral, posso dizer que estou completa. Feliz, de uma forma serena. Feliz de poder aprender e compartilhar com outros atores, e futuramente, com o público. Tenho certeza de que será uma experiência mais encantadora ainda que a anterior. Quero dizer, serão experiências encantadoras. Tanto a teatral, quanto a de cinema. Tenho gosto de assistir as aulas. Tenho gosto de ouvir o que meus professores e amigos têm a dizer. Amo muito tudo isso, definitivamente. E sou feliz por fazer o que faço.

sábado, 18 de setembro de 2010

Sobre meus textos...

Uma coisa andou me incomodando bastante nos últimos dias. Uma coisa que diz respeito ao meu blog, aos meus textos, a mim, e aos meus amigos. É que andam lendo bastante o meu blog. E também, andam me fazendo bastantes comentários a respeito dele. E eu fiquei meio confusa com alguns desses comentários. Acho que algumas das coisas que eu escrevo remetem a uma visão errônea do que realmente sou e sinto. Não quero mais que isso aconteça.
Quero primeiramente dizer, que não tenho a menor intenção possível de fazer com que meus textos aparentem uma tristeza inexistente. Não sou triste, de jeito nenhum. Na verdade, sou muito feliz. Muito feliz mesmo. Sou uma pessoa feliz que tenta se auto-analisar escrevendo. Eu escrevo sobre as minhas inseguranças. Escrevo sobre a minha humanidade. E todo ser humano tem suas questões.
Se em algum momento eu aparentei certa tristeza, não foi por querer. Talvez por descuido, mas jamais por querer. Quero apenas aparentar ser o que realmente sou. E não sou Goethe, nem vivo na época do romantismo. Os poetas românticos que fiquem com a sua tristeza, eu não a desejo para mim. Também não pretendo escrever sobre borboletas azuis e flores. Essa vertente pertence aos árcades. Desejo apenas ser quem eu sou. Escrever o que penso. Falar o que sinto. Mostrar o que está presente e oculto em meu interior. E só quem é proprietário de algo realmente sabe do que ele se trata. Sendo assim, apenas eu sei o que se passa em minha mente. Apenas eu sei o que realmente me constitui. E vou fazer o possível, de agora em diante, para não evidenciar algo que não tenha sido premeditado. Não quero mais transmitir imagens tão distantes da minha real imagem. É, eu sou assim.

sábado, 11 de setembro de 2010

Ideais para uma vida...

Ultimamente andei pensando muito sobre mim e sobre minhas questões. Pensei em quanto tem sido difícil me resolver com o mundo, decidir. Gosto de milhões de coisas ao mesmo tempo, e acho que isso me atrapalha um pouco. Me deixa um pouco perdida no meio de tantas idéias e vontades. Quase cheguei a me julgar mal por querer tanto, tanta coisa. Por gostar de coisas tão diferentes entre si.
Depois, conclui que não há mal nenhum na forma em que me sinto. Não há mal nenhum em querer. Prefiro mil vezes querer o mundo inteiro, do que não querer. O grande problema na verdade, é não querer nada com nada. E sinto dó de quem é assim. Tenho pena de pessoas que vivem sem vontade de viver, sem ideais. Pessoas que não vivem para evoluir. Pessoas que só se importam com saídas e bebedeiras. Não que isso seja errado, faz parte. É comum sentir vontade de se divertir. È comum sentir vontade de aproveitar a vida. O que não é comum, é ter uma vida vaga. E pessoas que vivem só de bebidas e curtição, levam uma vida vaga.
O ser humano tem que ter um ideal. Se não, a vida deixa de fazer sentido. Uma vez que somos a forma de vida mais provida de inteligente no Planeta Terra, não acho que exista algo mais digno do que utilizar essa qualidade. Esse dom de poder saber. A capacidade de entender um pouco mais sobre o mundo que nos cerca. Querer utilizar o cérebro para fins construtivos. Fazer alguma coisa pelo mundo. Fazer alguma coisa pelos outros. Fazer alguma coisa pelo presente, pelo futuro. Fazer alguma coisa por mim.
Quero continuar a querer muito de tudo. Quero continuar a querer evoluir e conhecer cada vez mais. Nunca quero ser uma pessoa acomodada. Não quero viver sem ideais. Meus ideais fazem de mim o que realmente sou. Eu sou o que eu quero. Eu sou o que busco. E não me contentaria jamais em não buscar nada. Vivo para viver. Vivo para crescer em todas as formas que me forem convenientes.

domingo, 5 de setembro de 2010

Descobrimentos de mim.

Hoje eu tinha um plano. Cogitava transformar minha noite em mais uma noite comum da minha existência. Televisão, livros, música, internet, comida, cama, travesseiros, cobertores e talvez um pijama quente; que provavelmente vou usar pela última vez (ou talvez mais algumas) no ano. Repintei meu cabelo recém avermelhado, tentei o transformar num leve castanho. Sentei na cadeira do computador. Entrei no meu querido MSN. Conversei com uns amigos. Foi então que uma janela surgiu piscando. Era uma amiga que admiro muito, e que já não via bastante há bastante tempo.
Ela me chamou pra sair. Disse que queria conversar. Eu disse que estava largada em casa, literalmente largada e desleixada. Ela disse para eu vestir qualquer coisa, e que viria me buscar. Aceitei. Comei a me arrumar. Calça jeans, bata cor – de – rosa, meias cor - de – rosa, bota Peter Pan, casaco de lã com estampa de oncinha, cachecol cor – de – rosa escuro, sobretudo preto. Brincos e maquiagem. Chapinha na franja. Observei a nova coloração do meu cabelo. Ficou castanho avermelhado, “menos pior”. Sim, eu estava pronta. Ela se perdeu no meio do caminho, GPS´s são uma merda. Acabei tendo que ir andando ao seu encontro. Os carros não estão em casa.
Enfim, acabamos indo a um barzinho onde tocava samba. Encontramos mais duas amigas dela, por coincidência. Eu já conhecia uma, a outra não. Garotas simpaticíssimas. Sentamos, bebemos, conversamos. Na verdade, eu só tomei uma espanhola, mas enfim. Gostei. Deixei o pré-conceito de lado, e realmente curti a música. Posso ser bem ignorante e preconceituosa no que diz respeito a algumas coisas. Tocaram a música da “Rosinha”, que inclusive vou ouvir agora. Lembrei dessa música um dia desses. Foi bom ouvir.
Bom, só escrevi tudo isso por que a situação foi importante para mim. Me fez refletir e pensar em mim. Sobre como às vezes me isolo. Acho que talvez isso faça parte do meu caráter. Gostar de ficar sozinha comigo mesma. Ficar com as minhas coisas, e com os meus pensamentos. Só eu, e eu. Gosto da minha própria companhia. Acho que me faço bem. Embora, hoje tenha aprendido uma lição. Todos precisam de companhia. Não uma companhia apenas pessoal, companhia alheia. Presença dos outros.
Amigos fazem parte da vida. Não só fazem parte, como também fazem um bem extremo e inexplicável. Amigos trazem mais vida a vida. Trazem mais risadas e bons momentos. Mais memórias para ficarem gravadas. Mais situações agradáveis em que se possa lembrar no futuro. Trazem mais aprendizado e algo que não consigo explicar. Amigos completam. Amigos nos dão tudo aquilo que não conseguimos obter sozinhos. Amigos são amor e cumplicidade. Eu amo todos os meus amigos, mais do que até eu mesma possa imaginar. “Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho”.
Não quero nunca mais me esquecer disso. De que preciso dos outros. De que preciso de uma companhia que não seja a minha própria. Preciso de risadas que não venham de filmes e livros. Preciso de risadas que não se resumam às histórias do meu irmão. Preciso, preciso, preciso compartilhar. Preciso sempre viver mais. Preciso aproveitar mais. Talvez eu até mesmo precise beber mais e fumar mais. Contanto que isso me torne mais feliz, preciso. Preciso de bebidas, cigarros, roles, e amigos e samba. Preciso de mais diversão. Preciso tornar meus dias mais contentes, coloridos, cheios de risadas, novos rostos e companhia. Preciso de mais retratos em formato de filmes em preto e branco para guardar no meu arquivo mental. Preciso de mais memórias epifânicas.

sábado, 4 de setembro de 2010

Devaneios por mim...

Sumi daqui por alguns dias. Não escrevi durante um breve intervalo. Mas hoje, num dia nem vazio nem cheio, me bateu uma vontade de falar alguma coisa. Não precisa fazer sentido, apenas aliviar. Acho que o que tenho que colocar pra fora não vai fazer sentido algum.
Bom, eu estava aqui viajando em meus próprios pensamentos. Pensei em ontem, pensei em hoje, em amanhã, e na semana passada. Pensei nos outros. Pensei um pouco em mim. Pensei no feriado de sete de setembro. Não no que ele significa, mas nas conseqüências que a sua existência induz na vida dos cidadãos brasileiros. Quero dizer, nas modificações que um feriado causa no percurso diário da sociedade.
Pensei em minhas amigas. Pensei em meus amigos, também. Pensei em muitas pessoas, coisas, e vidas ao mesmo tempo. Vivo a fazer isso. Pensar na vida dos outros. Não intrudir nem julgar, apenas analisar com olhos curiosos o curso da vida, das vidas. Sei lá, vai entender.
Hoje o dia está quente. Já passam de seis horas da tarde, está escurecendo. E eu continuo com aquela sensação estranha que costumo ter. Seria muito mais fácil escrever sobre alguma coisa conhecida agora, mas não saber o que se passa em mim me intriga exageradamente. É como se eu quisesse entender um pouco mais o significado. Preciso entender um pouco mais de mim. Preciso entender melhor o poder que as coisas ao meu redor têm em relação a mim. “Alguma coisa acontece no meu coração...”.
Observei mentalmente há alguns minutos, muitas diversidades. Situações. Quase pude ver a galera bebendo no churrasco do meu primo. Minha tia-avó perplexa com a força, e a energia da juventude. Vi meu primo e meu irmão se abraçando ao comemorar a alegria de mais um dia de união. Mais alguns momentos de felicidade para ficarem registrados nos quadros da memória.
Botando em prática a letra de uma música, “se lembrar de celebrar muito mais”, pensei no bar aonde fui com umas amigas ontem. Pensei no fluxo causado pelas pessoas quando cantavam Cazuza. Fluxo cósmico e energético. Energia cósmica gerada pela expressão dos seres humanos.Dançando, gritando, se comunicando. Pensei nos risos, na bebida, na amizade, na troca de tudo aquilo que não é concreto e nem pode ser explicado. Pensei em como tudo isso me comove. Energia, vida. A vida me encanta. A energia produzida pela vida me encanta.
Ao observar casais, pensei no amor que não sinto, não tenho, não encontro, nem consigo encontrar nos caminhos por onde me arrasto.Pensei em com às vezes posso ser cruel comigo mesma e com os outros. Senti alguma pena de mim. È triste uma pessoa que não sente. Embora, mais triste ainda, seja aquela pessoa que não quer sentir. Por medo.
Pensei em como o fluxo da vida é bonito, e em como as pessoas lutam para poder conquistar as coisas que almejam. Pensei em contas, em livros, em aprendizado, em criação, pensei em arte. Pensei nos meus amigos atores, artistas. Naqueles que praticam a arte. Atores, escritores, diretores, criadores, contadores, administradores, pensadores, advoga-dores, economista-dores, publicita-dores, jornalista-dores. Todos criadores, todos artistas. Afinal, todas essas profissões só existem por que foram criadas. E continuam sendo constantemente criadas. Quem cria, imagina, evolui. Quem cria, pensa. Quem cria, é artista. Todo ser humano é artista. Todos têm e vivem com a sua arte, por mais peculiar que ela seja. O mundo é uma arte. Viver é outra arte. Vivarte.

terça-feira, 31 de agosto de 2010

Impaciência, reflexão, medo e ansiedade.

Hoje, mais uma vez, andei pensando. Pensei em mim. Pensei nos outros. Foi quando me deparei com meu possível maior problema - ou não - o futuro. Foi estranho. Pensei em todos os meus amigos da escola em que me formei ano passado. Pensei depois em todos os jovens que conheço, e na forma com que eles estão lutando pelo que querem. Estudando, e buscando coisas concretas. Buscando concretizar sonhos.
Depois, pensei em mim. Pensei em tudo o que já abandonei, e nas coisas em que tenho me empenhado mais ultimamente. Pensei por um segundo, que talvez eu possa estar fazendo a escolha errada. Pensei ainda, que se tal pensamento estiver correto, tais escolham erradas possam vir a atrapalhar meu futuro. Me causem dor. Tive sensações estranhas.Como se andasse perdida. Como se tivesse que escolher sonhos mais normais, mais possíveis. Mas sonhos não se escolhem, conclui depois. A vida se escolhe, os sonhos não. Sonhos acontecem, surgem.
Não sei se imaginei certo ou errado. Não sei se senti certo. Se luto certo. Tenho que deixar os dias me mostrarem o que realmente está presente em mim. Afinal, nunca se sabe.

sábado, 28 de agosto de 2010

Pulsar.

É estranho como num dia comum, em um horário comum, numa situação comum, tudo pode dar uma reviravolta. Sei lá, estava aqui pensando nessas coisas. Pensando na vida. Acontece que é a terceira vez que eu estou tentando escrever esse texto, e não consigo. Acontece que finalmente, acho que cai do cavalo. Olhei para dentro de mim, e dei de cara com o meu próprio vazio. Justo aquele com que eu sempre lutei tanto contra. Aquele que eu sempre tentei esconder em uma parte muito interna de mim, e curativar com algumas mentiras, falsos conceitos e ideais. Acho que quanto mais se tenta evitar alguma coisa, com mais força ela aparece. É foda! Não sei, realmente não sei o que escrever aqui. Tem algumas coisas, que infelizmente, as palavras são incapazes de suprir. Algumas coisas são indescritíveis. Algumas coisas vão além de tudo que pode ser dito, escrito, ou explicado. Algumas coisas são sentimento.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

Sobre uma face única.

Bom, agora que fiz um blog, sinto certa obrigação de atualizá-lo. Mesmo que ninguém leia, tenho que continuar a postar. Pra não perder o costume. Pra não me esquecer dele. Tenho um novo texto em mente, mas a preguiça de escrever é maior do que a vontade de falar. Sim, sou muito mais preguiçosa do que aparento. Então, peguei meu caderno de textos corrigidos, dei uma breve analisada, e escolhi um texto um pouco antigo, que criei há alguns meses. Adicionei alguns detalhes, e agora acho que já está pronto para aparecer aqui. Quer dizer, talvez daqui algum tempo eu decida adiconar outras coisas, modificá-lo. Mas agora, fica por isso mesmo. Talvez, as pessoas que lerem o textinho se perguntem sobre quem eu quis falar. Quem seria o dono do tal rosto?! Quero deixar bem claro desde já : trata-se de um rosto qualquer. Um rosto com a capacidade de passar despercebido. Embora, eu o tenha notado num dia igual a todos os outros.

"Admiro muito aquele rosto. possui certa diferença, irreverência, mistura de peculiaridades. Seus traços são incomuns. Nunca me deparei com nada que fosse possível compará-lo. Nem mesmo fotografias perfeitas, ou obras de arte. Possui uma fisionomia dominadora, extremamente fisgadora, e poderosamente atraente. Mistura de menino homem, com homem menino. Indecifrável, de forma soberana."

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Um novo blogger, um novo encontro, uma nova vontade!

Sei lá, deu vontade de fazer um blog. Vontade de botar um pouco mais pra fora. Tirar de mim, tirar mais do meu caderno. Doar meus pensamentos. Me expor um pouco mais. Já tentei ter outros blogs, que infelizmente não tiveram futuro. Desisti deles, assim como já abri mão de muitas outras coisas das quais gostava (ou continuo a gostar). Tenho essa mania de desistir um pouco de mim, uma vez ou outra. Ocasionalmente, costumo me esquecer. Depois, sempre acabo me encontrando novamente. Exatamente como agora. Gosto de escrever, gosto e não é pouco! Às vezes paro, às vezes volto. Dessa vez, decidi voltar. Não sei por quanto tempo, mas decidi. Queria que, talvez para me dar um impulso, meu blog tivesse alguma coisa de especial. Alguma coisa que refletisse mais a minha essência. Foi quando fiquei me perguntando sobre qual seria o nome adequado, ou seja lá como isso se chama, a dar para ele. Me vieram algumas ideias como "des-conexando", "muchapurpurina", e depois ; "morangoserímel". Gostei do último. Decidi que seria alguma coisa do gênero, "morangoserímel". Soou ao mesmo tempo, feminino, forte e elegante. Mesmo assim, achei que falta alguma coisa, precisava melhorar. Preferi trocar por "cerejaserímel". Cerejas soam ainda mais forte que morangos. Rímel é um sinômino de vaidade. Eu sou vaidosa. Cerejas são avermelhadas, e os rímeis que deixam os olhos mais atraentes, pretos. Achei impactante, diferente. Diferente, na minha percepção narcisista sobre mim, tem muito a ver comigo.

Bom, acho que pra uma introdução, eu já falei demais. Chega de enrolar. Espero que o blog seja útil para quem ler, se alguém ler! E ah, já vou logo avisando que não sei terminar textos.

Abreijinhos, muchachos.