segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Talvez, muito talvez.

Talvez 3:26 da madrugada fosse um bom horário para eu estar dormindo e seja um péssimo horário para bloggar, e mesmo assim cá estou eu 3:27 da madrugada (o tempo passa rápido, minha gente)tentando encaixar minhas palavras no tempo curto que passa tão rapidamente e quando eu menos esperar já será 03:28 (agora). Minha internet da vivo está tão lenta que não consigo ao menos twittar "I know exactly who I´m", tenho sido picada por pernilongos há horas e há um projeto de mariposa voando perto da minha mesa de jantar (ou a mesa de jantar da minha mãe, ou da casa dos meus pais, para ser mais precisa). Estou com uma alergia atacada no pescoço e quanto mais eu cutuco a alergia mais ela irrita a minha pele. Hoje assisti dois filmes na sala (coisa que não faço há umas boas semanas), algo que resultou num surto repentino de vontade de desenhar (seja lá qual for a estranha razão). Eu, desenhando. Eis uma das coisas mais nonsensical que podem existir, porém algo de que sempre gostei muito durante toda minha vida (mesmo que muito secretamente). Aliás, eu desenho mal pra caralho. Bom, agora são 3:33 da madrugada e minhas canelas estão coçando por causa das picadas e o meu pescoço está ardendo devido à alergia e esse meu texto não faz nenhum sentido. E dai? E dai que uma vez um amigo meu me disse que não se deve falar em primeira pessoa em um blog, pois tal atitude torna o narrador/persoganem/principal extremamente vulnerável aos olhares alheios. Isso significa que eu realmente não deveria contar que os meus desenhos de hoje envolveram frases como um mantra por mim muito estimado, uma frase inglesa oriunda da primeira metade do século XX, e uma música argentina. Ou então que eu escrevi tudo à lapiseira e pintei tudo à giz. Muito menos que eu gostei do que fiz e me senti bem desenhando feito uma criança estudante pré- escolar e sem talento algum (diga-se de passagem). Nem sobre a intensidade do bem que desenhar assim tão mal causou em alguma parte de mim ou sobre como estou me sentindo tranquila agora ou sobre como tais momentos fazem com que eu me sinta plena em todos os sentidos no que diz respeito àquele tal de auto-conhecimento. Então talvez agora eu possa terminar explicando o meu tweet "I know exactly who I´m". Sim, digo que "I know exactly who I´m" e agora posso dormir muito mais que tranquila. Boa noite a você também, que sabe "exactly who you are". Adios!

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

Vale a pena no meio de tanta confusão.

Dia 08 de dezembro e o ano cada vez mais próximo do final. Você para e pensa sobre tudo ao seu redor e percebe que o tudo é sempre a mesma coisa toda. Pode não fazer muito sentido, mas é assim. Você continua acordando atrasado, trabalhando e reclamando, está quase de férias da faculdade (caso já não esteja), vê amigos com certa frequência e todos os dias continua a fazer sempre e sempre a mesma coisa.
Procura livros que digam algo sobre isso tudo ou sobre si mesmo e fica puto quando descobre que quase nada pode dizer alguma coisa sobre aquilo que nem mesmo você sabe o que deve ser que possa dizer. Você anda nas ruas e vê coisas e gente o tempo todo e mesmo assim não consegue entender o que significa ver essas coisas e pessoas e cachorros andando, gatos talvez, todos aqueles carros enchendo as ruas e fazendo barulhos, um puta sol forte e calor, muito calor, e a vontade de poder estar em qualquer outro lugar junto a vontade de poder estar apenas onde se está, modificando talvez aquelas coisas que te fazem querer estar distante e juntando-as a partículas que perpetuam aquilo que se pode chamar de felicidade, os seus amigos, alguma coisa inusitadamente engraçada, ou o modo com que o sol apesar de forte e quente carrega resquícios que aquecem alguma coisa por dentro, ou um cachorro bonitinho fazendo graça na rua, ou presença de uma pessoa para ajudar outra, perceber que o mundo apesar de muito podre também é muito bom e que sempre existem dois lados diferentes de uma mesma moeda, ou dar um beijo na sua mãe, rir, rir, rir e rir como se os dentes pudessem saltar da face, alguém para conversar e entender, ou apenas uma calmaria interior quando você deita em sua cama ou toma um banho ou anda pelas ruas para chegar a algum lugar, uma calmaria que tranquiliza e chega ao cérebro causando as mesmas sensações que uma música doce e boa soa aos ouvidos.
Então você para e pensa assim: mas o que! Qual o sentido disso tudo ou será que tudo valeu, vale, valerá a pena e os maus momentos também, por que os bons mesmo que pequenos sempre conseguem fazer desaparecer qualquer mau momento ou má lembrança, adoçando aquilo que se encontra amargo ou clarificando o que está escuro. E então você se lembra que como por Fernando Pessoa já fora dito, ‘tudo vale a pena quando a alma não é pequena’. E ela não é.

domingo, 13 de novembro de 2011

Nó.

Doçura real ou fictícia
A mentira na verdade
Ou a verdade entrelaçada com a mentira
O que somos afinal?
Multidões de contrariedades
E personalidades mal formadas
O sorriso e a tristeza
A verdade e a mentira
O amor e sua ausência
Raiva, rancor, ressentimento
Felicidade, bem querer, saudade
A criação do hoje embasada em retrato anterior
E aquilo que nos forma; pedaços de lembranças
Resquícios de inveja e admiração por outrem
Inveja e admiração e seus limites tênues
Um devorado ao raiar do outro
Falta de nexo por meio de todo o aparelho cerebral
E o coração sendo enganado pelo cérebro
E o cérebro esmagado pelo coração
Então o que nos torna nós, afinal?
O que nos torna nós?
Nós.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Apenas mais uma noite como esta...

Noites amenas como esta
Depois de um dia longo e rotineiro
E andar nas ruas e fazer alguma coisa para comer
Depois sentar na cama e acender um cigarro
E colocar alguma música tranqüila para tocar
E soltar a fumaça devagar pela boca para aproveitar cada resquício do gosto do tabaco
Querendo aproveitar cada momento da tranqüila solidão praticamente rara
E pensar sobre as coisas, todas as coisas...
Tirar os sapatos mas não as meias, de forma a esquentar um pouco mais os pés...
Poder sentir o vento batendo da janela aberta do décimo quinto andar diretamente nas costas
E desejar muita paz, paz
Perceber que as coisas andam tranqüilas e que nada é realmente dor ou sofrimento
Apenas uma sensação boa no coração
Mesmo com algo estranho que bata no peito uma vez ou outra
Saudade, quem sabe
E logo tudo se vai e tudo passa e tudo volta a ser contemplação de um momento
Os móveis, as cores, os cheiros...
A vontade de conversar com um amigo e falar sobre todas as coisas que são proibidas a si mesmo
Mas então, o que é realmente proibido?
Apenas aquelas coisas que tentamos com toda força esconder de nós mesmos...
Até quando?
Até o fim de algum dia incrivelmente longo, talvez.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Um milagre cotidiano

Andava eu então por São Paulo rumo ao meu apartamento, após mais um dia comum de trabalho e com todas aquelas minhas preocupações muitas vezes até mesmo exageradas (na maioria delas), tanto quanto exasperada (meu atual estado de espírito desde umas duas semanas atrás), e pensando sobre uma forma prática de encontrar em algum lugar aquela coisa que me faltava (um novo emprego, ou um curso de culinária talvez), quando cruzei a Paulista com a Consolação. Fui descendo a rua distraidamente, quando por algum motivo desimportante, decidi entrar em uma dessas grandes lojas de roupas e acessórios (lojas Pernambucanas, para ser mais exata e mil vezes menos poética).
Fui olhando as roupas vagarosamente, comecei a pensar sobre o que iria vestir no aniversário de uma amiga daqui umas duas semanas, sobre fazer algumas compras de roupas da nova estação, sobre a Rua José Paulino e sobre o Brás. De repente, percebi mesmo sem perceber, que por um momento havia esquecido todos os meus problemas, possíveis neuras e loucuras, e principalmente sobre o fato de ter deixado de levar meus óculos ao fórum (motivo pelo qual peguei a Consolação de volta ao apartamento onde moro). Comecei a viajar naquele momento de vagueza mental do tipo extremamente raro para uma pessoa como eu, quando olhei de relance para meu braço direito e vi algo diferente da cor de minha jaqueta meia-estação e fiquei com medo do inseto que havia pousado em mim. Era uma mariposa, estava certa disso. E precisava tirá-la de mim, urgentemente. Odeio mariposas e tentei bater o braço no ar para que a escrotinha voasse para algum lugar bem longe de tudo o que me pertencia.
Um funcionário da loja reparou no que acontecia e instantaneamente me ajudou com a mariposa, batendo uma blusa nela para que fosse a outro lugar. Quando levantou vôo, logo reparei em algo surpreendente: não se tratava de uma mariposa, mas sim de uma bela borboleta de tamanho médio e cor de mel com manchas de um marrom um pouco mais escuro. No momento em que percebi a condição de borboleta daquele bichinho que segundos atrás havia julgado escroto, deparei-me com algumas pequenas verdades as quais tinha esquecido por completo – se não ignorado – com a visão pessimista construída em minha mente por uma equação de motivos x.
Acontece que de alguma forma, percebi o ocorrido como um pequeno milagre daqueles tão comentados pelas pessoas e tão relatado nos livros e filmes e músicas, milagre bonito e que eu já julgava fictício. Sofri um leve choque de realidade que bateu em meu corpo como os pequenos fisgares de eletricidade que eu tanto precisava.
Sendo tão honesta como em nenhum outro momento deste texto, meu dia tinha sido um porre e eu estava magoada pra caralho. Na verdade, não posso deixar de dizer que ando bem magoada e sensível com tudo. Mas a borboleta mudou meu dia. Qual a probabilidade de algo assim acontecer dentro de uma magazine gigantesca localizada em um dos locais mais poluídos, estressantes e sujos do país num dia triste e chuvoso? São Paulo parecia chorar. Pelo menos a meu ver.
Prefiro acreditar que as chances de todo o lance são pequenas, muito pequenas, e que talvez aquela borboleta que me encontrou e depois saiu voando seja a coisa pela qual tenho pedido constantemente ao que cabe a cada um denominar de Deus, força, energia ou qualquer outro nome. Prefiro acreditar que a borboleta tenha sido para mim um sinal de esperança. O mesmo sinal que dias atrás pensei ter sentido no vento repentino e momentâneo que soprou pela janela do 14º andar diretamente em minha direção. E eu bem sei que não é possível uma vida sem esperança. Todos precisam de esperança para viver. Até mesmo os fortes. Aliás, o que é ser forte? Mais uma coisa a qual desconheço significados.
Esses dias li uma frase postada por uma amiga, frase de Guimarães Rosa e que diz assim: ‎"Quando nada acontece, há um milagre que não estamos vendo." Talvez a minha vida seja assim: repleta de milagres cotidianos que na maioria das vezes me encontro incapaz de enxergar. Milagres como um sorriso, um gesto, um abraço, uma gentileza de algum desconhecido ou até mesmo um bom dia. Um pedido de perdão ou a descoberta de um grande amigo. Milagres que eu mesma sou capaz de realizar diariamente, desde os pequenos até os grandes. Por que todo milagre por sua condição de milagre é constituído de pura grandeza. Então prefiro seguir assim: acreditando e realizando. O destino de cada um, em sua mais direta significação, é determinado por cada um através de suas escolhas e atitudes. Meu tempo não é eterno.

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Texto sem título.

Escrever.
Mas sobre o que?
Talvez a respeito dos dias que se intercalam numa rotina de acabar rápida ou vagarosamente.
Ou então sobre olhos e sorrisos que enganam a qualquer alma que não queira ver algo realmente nada mais comum que todos os demais.
Escrever sobre uma expressão facial momentaneamente pura em todos seus diversos sentidos, ao tratar-se de algo para o qual se dá um valor mais especial que o de costume.
Relembrar a respeito de coisas tidas certamente como sonhos durante um certo período de tempo - às vezes até mais curto que qualquer período de um sonho verdadeiramente sonhado deveria ser - e que depois desaparecem como remota e vaga ilusão de algo que apenas poderia ter sido vivido.
Poderia ter sido mas não foi.
E a culpa é de quem?
De quem é a culpa de sonhar e iludir e sonhar e iludir repetitivas e constantes vezes, vezes possivelmente até mesmo mais constantes e velozes que o bater dos cílios num piscar de quaisquer olhos humanos?
E quem deu direito ao homem de julgar o devaneio alheio com o repúdio encontrado naqueles que não toleram a possibilidade da existência de nada ultrapassador das barreiras consideradas aceitáveis segundo certa forma de comportamento pré- estabelecido dentro daquilo tido como digno dentro do convívio social ideal?
E quem disse que há direito de julgar o desigual?
Não há. Pois o desigual também não há.
E igualmente não há nada do que aqui alguns minutos atrás foi escrito.
Não há nada disso.
Aqui não há de haver nada.

domingo, 11 de setembro de 2011

... Eu?

Quanto a muito por ai, me resta esperar, e é natural que seja assim. E enquanto espero, ando pensando seriamente em algumas coisas durante momentos avulsos, porém ultimamente nem tão avulsos quanto possam aparentar. Ando pensando em modificar e arriscar. Modificar minha rotina de forma a obter coisas novas e construtivas para minha mente, encontrar uma forma de seguir a filosofia de paz que procuro dentro de mim.
Mas não pretendo nem quero encontrar minha paz de forma mascarada, e não sei exatamente qual o primeiro passo necessário dar para poder finalmente chegar ao caminho de uma possível verdade. Então tenho idéias e fico imaginando qual a quantidade de paz possível obter caso venham a ser concretizadas. Andei pensando em conhecer melhor a cidade onde vivo, cidade que tenho aproveitado de forma comum e desperdiçado sua verdadeira grandeza, aquela grandeza que se esconde por trás de todos os dias automáticos e agitados, grandeza escondida na cultura, na história, em cada grafite pintado nos muros de prédios abandonados ou novas construções. Grandeza que posso encontrar em museus e praças, ruas e até mesmo numa simples estação de metrô. Grandeza que já disse ter encontrado no mistério escondido em um pátio dentro da mais famosa avenida paulistinha.
Andei cogitando a possibilidade de cada dia conhecer um lugar novo aqui por perto de onde moro, lugar extremamente rico e que tenho insistido em ignorar. Sei lá, na verdade ando pensando na possibilidade de sugar um pouco dessa grandeza pra dentro de mim, uma vez que a vida está diante de minha pequena pessoa para ser vivida, e que viver não se resume apenas ao simples fato de respirar, muito pelo contrário, vai bem além do ato involuntário, cotidiano e mesmo assim ignorado por mim e por grande parte dos demais.
Tenho percebido o valor não só da amizade verdadeira, como também o valor de uma família (não aquela que a gente escolhe, aquela em que a gente nasce). E descubro cada vez mais a perfeição localizada dentro da minha. Troquei de emprego e ganho menos, mas me encontro com uma dose extra de calmaria proporcional à mudança de salário. Aliás, acho que finalmente percebi que o esforço para manter a paciência muitas vezes pode significar o alcance de algo muito maior, superior. E que a gente pode se enganar muito em relação a certas coisas que cultivamos na cabeça. Sim, a verdade de ontem e hoje pode se tornar o grande engano de amanhã. Algo que só quem sente consegue entender. E toda essa parte da felicidade tranqüila que tenho encontrado nas coisas pequenas, mesmo que elas signifiquem nada mais que uma sutil viagem de ônibus até a faculdade, acho só eu mesma sou capaz de conseguir captar.
Bom, depois de deixar muita coisa sem ser escrita, isto é o melhor que tenho a oferecer pelo momento. Não é um texto lá muito cheio de conteúdo nem muito bem escrito, mas certamente possuidor de uma porcentagem de mim maior que muitas outras já colocadas aqui. Digamos que as frases acima são, neste exato momento, a maior parte de mim.
Quanto a você que se deu o trabalho de ler o texto inteiro, obrigada! Agradeço por me deixar compartilhar, e mais ainda caso tenha conseguido absorver um pouco daquilo que tentei esclarecer. Enfim, caso você tenha sentido como eu sinto, obrigada!
Boa segunda feira para todos, em especial para aqueles que ajudam constantemente a transformar tudo o que não vale a pena em motivos de grandes sorrisos. Obrigada!

domingo, 21 de agosto de 2011

Apenas mais algum sem definição

As palavras certas, eu sei que existem em algum lugar
Um dia ei de encontrá-las para poder evidenciar
Minh´alma doce e amarga
E tudo aquilo que não quer calar
Necessidades de reprimir impulsos sinceros e internos
Que nem ao menos a face é capaz de ao mundo mostrar
Tudo o que fica de tudo o que vai e vem
E a imensidão que se encontra guardada no peito de alguém
Um dia, eu sei
Que um dia encontrarei.
Que um dia talvez saberei.

segunda-feira, 15 de agosto de 2011

A primeira das histórias sobre João Ninguém

João ninguém nasceu em mais um dia desses sem identidade. Um dia comum no mundo, cheio de coisas especiais e tragédias genuínas. Completou um ano de idade num dia desses considerados de azar por alguns supersticiosos. Cresceu e foi vivendo a vida assim, levando um dia após o outro. Se não me recordo de muitas coisas especiais em sua trajetória, a qual acompanhei com olhos atentos através da fechadura de uma porta, talvez a razão seja que ele não os tenha tido. Mas viveu, sim. E algumas coisas marcaram.
Acontece que João sofreu muito no decorrer de um período em sua vida. Talvez sua sensibilidade tenha feito com que sofresse mais que uma pessoa considerada comum. Bem ele, que era João Ninguém. Sobrenome que marcou sua vida e fez com que se lembrasse de sua condição durante muito tempo. João Ninguém. Ninguém, João.
João teve diversos problemas durante sua adolescência. Era tachado de bobo na escola. Sua timidez sempre o impedira de ir um pouco mais além, mostrar seu verdadeiro potencial. E era também diferente das demais crianças. Sempre se importara muito em conseguir dar o melhor de si. Fosse aos estudos, amizades, na família, na aparência, no amor. E buscara sempre conseguir chegar, ao menos, perto de alcançar a perfeição.
Ao terminar o ensino médio, João viveu sobre a constante pressão de conseguir se encaixar em alguma coisa que lhe proporcionasse não apenas um futuro agradável, mas também algo que fosse capaz de suprir suas necessidades do coração. Para ele, importava mais viver daquilo que amava. Mas o que é que amava? Nem ele sabia. E no meio de toda a confusão entre procuras e procuras, João encontrou uma coisa que talvez fizesse sentido. Encontrou por influência externa, mas encontrou. Infelizmente, tal coisa me é um assunto assim, discretamente proibido.
Durante sua pacata vida louca de alguém chamado Ninguém, João (assim como todas as demais pessoas) se apaixonara algumas vezes. Para sua infelicidade, nada que fizesse algum sentido real, ou fosse capaz de preencher todas aquelas lacunas que só outro alguém é capaz de colorir. Então João amava, se arrependia, e depois olhava para tudo como pensando que tivesse sido apenas mais um daqueles sonhos longos. Quando ele acordava, não restava mais nada, apenas vagas lembranças.
De qualquer forma, acredito que não se possa comentar sobre os amores de João sem citar o momento em que ele encontrou uma menina. É claro que a história do sonho aconteceu, como com todas as outras. Esta, porém, mexeu com alguma coisa diferente dentro dele. Era uma menina que aparentava estar sempre calma, apesar de sua eterna inquietude. Ela tinha lá seus problemas na vida, estando a maioria localizada dentro de si. Problemas internos, assim como João. Dizem por ai que aqueles que vivem na eterna busca pela perfeição são os que mais sofrem. Enfim, as coisas, como sempre, deram errado para João Ninguém. Ele e a menina bonita nunca mais se viram. Mas João aprendera muito no tempo em que esteve com ela, ainda mais no tempo em que sentira o peso de sua ausência. Tempo breve e profundo, diga-se de passagem.
Termino aqui então escrevendo sobre algumas das lições de João. A maior delas, sem dúvidas, foi descobrir que ele não era tão ninguém assim. Todo mundo é alguém a partir do momento em que faz falta na vida de alguém. E mesmo longe, a menina também se lembrou dele no decorrer de várias noites. Algumas até mesmo sem dormir. João também finalmente aprendeu com seus erros. Parou de tentar ser perfeito o tempo todo. Entendeu que a vida é imperfeição, e que a verdadeira perfeição deve apenas ser imperfeita. Esta é a regra do mundo. E que no meio de tanta gente, um simples sorriso ou gesto de amor tira a condição de alguém passar despercebido. Entendeu que as coisas pequenas são as que realmente valem a pena, nada além. E que quando se tem tudo, não se deve jamais sentir falta daquilo que não está presente. João entendeu que se deve amar aquilo que existe ao seu redor. E que se deve amar as pessoas que o amam também. Valorizar. João aprendeu tanto, mas tanto. Aprendeu tanto, que ao olhar pro seu interior, descobriu o bem que ele poderia ser. E passou a dedicar o resto de seus dias a tentar melhorar alguma coisa em si, sempre. Jamais buscou novamente a perfeição, apenas tentou fazer com que os dias de todos que se encontravam presentes em sua vida valessem um pouco mais a pena. João aprendeu a amar. E depois viveu todos os seus dias se lembrando de que ser Ninguém não lhe era mais que apenas uma opção. E que tudo, um dia, tudo volta para o seu lugar. Só depende do tempo e de cada um. E então, em paz, João encontrou seu próprio destino. Assim, sempre como quem não quer nada e anda um pouco distraído...

sábado, 6 de agosto de 2011

Na madrugada escandalosa

Alcancei a sanidade ao beirar a loucura genuína
E me encontro aqui agora vivendo apenas este instante de forma devagar
Como estou sempre a procurar alguma coisa além que me faça algum sentido por ai
Um uma mistura de lucidez e realidade que não consigo encontrar sozinha em mim
Nem nas palavras que me surgem repentinamente com alguma dificuldade ou às vezes nem tanta
Então eu continuo aqui a tentar não roer as unhas recém pintadas da minha mão esquerda
Enquanto minha mente vagueia dentro da imensidão dela mesma e eu fico na busca de algo talvez nada mais que inatingível
Inatingível sim, mas jamais por real impossibilidade
A perpetuação da característica vital advém da condição de desconhecimento do elemento.
E eu sempre tento dizer sobre aquilo que não consigo de forma alguma expressar.

Como já nos disse Renato:

"Não estou mais interessado no que sinto, não acredito em nada além do que duvido."

Talvez eu ande apenas precisando tirar umas férias de mim e da minha cabeça sempre cheia de maluquices maluquinhas... ;)

Boa madrugada escancaradamente escandalosa a todos!

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Perguntas e respostas

Encontro-me em um daqueles dias em que tenho vontade de escrever o mundo todo, muito embora ele não caiba em minhas simples singelas palavras. Percebo, enfim, sobre o peso de todas as coisas que podem acontecer ao mesmo tempo. Percebo, e assim como fui capaz de pressentir a tempestade, agora sinto aproximar-se o seu fim. Sinto com toda a força que um ser humano é capaz de encontrar dentro de si: ela está indo embora. Está indo embora e agora resta reconstruir tudo aquilo por ela destruído. Hoje, de súbito, algo bateu em mim e... Bom, agora estou aqui. Depois dos feitos que não se permitem serem desfeitos. Depois dos erros e dos preços. E também depois daquele acaso que sempre acaba pegando a gente. Agora estou aqui, eu, comigo mesma.
Há alguns minutos, uma amiga disse assim: “você vai recuperar a sua paz”. Eu sei que vou. Algumas coisas dependem de nós e somente de nós, certo?! Reagir. Lembro-me agora de uma música, que assim como diversas outras, marcou minha infância junto, provavelmente, a pessoa mais querida por mim: meu irmão. Cair e Levantar, Cueio Limão. “Desatar os nós, depende de nós”. E de mim, no caso. Chega agora a hora do recomeço, batendo em minhas costas com toda a sua plenitude e grandeza. O recomeço é belo, e já sou capaz de sentir a beleza que o futuro traz, podendo até reconhecer algumas de suas partes. Sim, reconheço e valorizo desde já. Uma lição? Valorizar sempre o que se tem. Sempre, tudo. E não se esquecer de tal mandamento jamais. Nunca esquecer de valorizar. Valorizar-te. ValorizARTE. Recomeçar. RecomeçARTE.
Quanto ao passado? Deixá-lo quieto. Não brincar com o passado, pois com o passado não se brinca. O passado é poderoso e forte. Forte e poderoso. Então é melhor tirar dele aquilo de valor, e depois, deixá-lo descansar, segundo seu próprio desejo. E tocá-lo apenas para jamais se esquecer de com ele muita coisa aprender.
Hoje, me foram direcionadas duas perguntas capazes de mudar todos os meus próximos dias.
1- “Mas amiga, está tudo bem?”
Ao que eu respondi: “Irá ficar. Ficará!” (Disto estou certa e sei que será sem mais demora.)

2- “Alguém já fez uma declaração (música) tão bonita assim pra você? Você acha isso bobo ou bonito?” E mandaram junto um vídeo de “Just the way you are”. Eu então respondi: “Música não, mas já me direcionaram palavras tão belas quanto, se não ainda mais. E eu julgo belo. A beleza é relativa. Tudo consiste numa pequena grande coisinha: o sentimento ser recíproco.” (Moral da história?! Não tente se enganar no amor. Não minta. Nem para os outros, nem para si mesmo.)

Sim, alguma coisa muito grande mudou aqui em mim.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

Perdoem-me...

Enquanto baixo “Leãozinho” me peguei pensando novamente aqui com os babados da minha blusa: deve ser triste viver tanto assim para outra pessoa. Dizem que só quem sente é capaz de entender algo por inteiro. Eu não sinto e por isso não compreendo a sensação. Mas poso tentar imaginar. E quando imagino, não gosto. Digo isso pelas minhas próprias experiências assim nem tão loucas, embora suavemente apaixonadas. Ou talvez até mesmo um pouco mais do que eu imagino. O amor quando recíproco é lindo. Quando nem tanto, sofrido.
Agora fico a procurar palavras certas para o que ando tentando escrever. Eu sempre procuro as palavras certas, embora nem sempre elas realmente sejam capazes de se fazer valer. Mas eu procuro. E quem procura, uma hora encontrar. É uma das leis da humanidade, certo?! Pelo menos costumam dizer por ai... Mas quanto ao amor. Ah, o amor! Como será sentir aquelas coisas ainda não fui capaz de sentir?! Incapacidade sim, talvez. Mas acho bonita essa história de amar alguém acima de qualquer outra coisa no mundo. Pode não ser saudável, pode não ser o ideal. Mesmo assim, não deixa de ser bonita, embora profundamente triste.
Então quando olho para aquela moça que ama tanto, ama acima de qualquer coisa, acabo até mesmo sentindo ternura por ela, de certa forma. Gente que ama apaixonadamente e faz de tudo para ter seu amor. Não mede esforços. Eu jamais conseguiria ser assim, posso afirmar pelo que conheço a meu respeito. Não consigo ser sentimental por muito tempo e aprendi a sempre esquecer as coisas com absoluta facilidade. Sou assim, eu, desde pequena, desde muito pequenina. O mundo passa por mim, deixa sua marca, e quando dá o tempo, eu o permito ir embora sem tentar impedir, mesmo que venha a sentir sua falta. Algumas coisas mudam em mim, mas a maioria prevalece. Eis o que constitui a minha estranha incomum personalidade. E quando olho para trás... Quando olho para trás, o que é que sobra?! Quais são as coisas que acabo por deixar guardadas em mim?! Não sei. Realmente não faço idéia e a situação toda me assusta. Mas com o tempo descobri e consegui modelar adequadamente uma forma de me expor para a minha própria alma, mesmo que nem eu mesma a entenda. Descobri isto aqui.
Então, quando olharem para as minhas atitudes e elas não transparecerem aquilo que eu aparento ser: cuidado. Eu sou isto aqui. Eis aqui tudo o que sou, sem falta alguma. Sou confusa. Sou pensativa. Às vezes me perco de mim e faço coisas que não combinam comigo. Sim, sei que as faço. Sempre as fiz. Mas também sempre consigo as enxergar e me arrependo muito por tudo. Profundo é o meu arrependimento, lhes garanto. E profunda em mim me sinto quando lembro das pessoas as quais eu magoei, aquelas que não amei, aqueles a quem não soube amar. Eis agora aqui os meus pedidos mais sinceros de perdão a todos aqueles moços, a todos aqueles amigos de quem me afastei com o passar dos anos,a todos que de mim quiseram se aproximar e eu não deixei, aos parentes a quem magoei, aos meus cachorros que sempre me pediram por carinho e eu não dei. Eis aqui os meus pedidos de desculpas a grande parte da minha família com quem não tenho contato, a minha avó doente de quem tanto me afastei. Eis aqui meu pedido de desculpa ao meus bichinhos que morreram e eu nem me recordo se chorei. Mas os amava muito, posso garantir. Amava todos a minha maneira. Mesmo que não seja ideal. Mesmo que não seja irracional. Eu sou assim: jamais consigo me desprender completamente de mim. Me perdoem, todos, favor me perdoar. Aqui consiste meu pedido de desculpas mais sinceros, embora incompleto e talvez sem muito nexo ou concisão. Meus queridos, lembrei muito de todos vocês ao escrever, alguns minutos atrás, as linhas acima.E ao olhar o relógio do computador marcar 20:20, pedi pelo bem maior, tanto para mim, quanto para vocês.

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Estupidez.

Exatamente vinte minutos antes retornar ao meu apartamento. Encontro-me aqui no escritório... Sem fazer trabalho algum. Penso em um amigo, penso nos meus textos repetitivos (ou, segundo outro amigo, possuidores de “estilo próprio”). Não considero ser ruim como um estilo próprio. Penso no show do Red Hot e na possibilidade de já não mais encontrar ingressos. Penso no show do Pearl Jam, o qual apenas a idéia de não assistir já me assusta. Penso em comida. Lembro que hoje comi apenas um iogurte e quase uma caixa inteira de Bis. Minha mãe diria que não ando me alimentando adequadamente. Quem se importa?! Acontece que hoje não estou me sentindo muito inspirada pra coisa alguma. Na verdade, acho que estou assim já faz um tempo. Não me encontro mais em minhas próprias palavras, ou não encontro mais palavras para mim, ou não entendo mais os meus pensamentos, ou ando meio zonza do meio de toda a minha vida e no meio dos outros.
Exatamente 12 minutos antes de retornar ao meu apartamento. Bom, pelo menos 12 minutos antes de começar a pensar em arrumar minhas coisas para ir embora. Sairei daqui lá pelas 18:20, acredito. Enquanto isso, continuo preguiçando comigo mesma. Acho que pensar demais andou se tornando um verdadeiro tormento em minha vida. Por que será que já não consigo para de pensar?! Penso, penso, penso. E nunca chego a lugar algum. Penso sem conseguir extrair conclusões. Ou extraio tantas que acabo é me esquecendo delas. Acho triste essa história de se esquecer de suas próprias conclusões. E também acho triste o fato de eu estar escrevendo um texto vazio, sem nexo ou conteúdo. Mais triste ainda é saber que o texto reflete meu consciente, e que então, por silogismo, uma vez que meu texto é vazio, sem nexo ou conteúdo, minha cabeça também. Opa, acho que acabei de chegar à conclusão mais foda do ano! Agora batam palmas para mim e vamos todos celebrar a minha estupidez, ou a estupidez humana, como já disse Renato Russo. E é assim que vou terminar minha postagem, com uma música chamada “Perfeição”.

Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...

Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...

Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...

Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...

Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!...

terça-feira, 5 de julho de 2011

Descompressão de mim assim

Deixo agora transludir aquilo tudo que sou
Conforme os dias passam e eu me encontro mais e mais em mim
Decidi finalmente ser aquilo que escondo e não apenas o que aparento
Decidi me abrir muito mais um pouco
Tudo isso enquanto os dias por aqui estão tão cinza quanto a cor do meu coração
Cinza como o meu coração
Eu vejo a vida e eu levo tudo por detras da fechadura
Eu vejo o mundo e vivo comigo um período de descompressão
Daquilo que comprimi durante tanto, tanto tempo
Tudo o que guardei aos poucos ao longo de todos anos...
É estranha a forma com que o mundo me veio a tona todo ao mesmo tempo
Todo o tempo do mundo em um tempo pequeno para o meu coração
E o que eu vejo em mim, então?
O que vejo aqui, então?
Já não me adianta mais fugir
Já não tenho pernas o suficiente para correr tanto assim por ai
Me encontro em descompressão, constante e distante descompressão
Descompressão de mim.

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Sobre a rosa vermelha e algumas outras coisas

A rosa vermelha.

Eu andei aqui, pensando comigo mesma durante esses últimos dias. Há muito, não tenho o que dizer. Há algum tempo já não encontro mais palavras boas o suficiente para expressar o que penso ou sinto. Há muito, já nem sei mais o que pensar. E no meio de toda a minha confusão, lembrei de uma coisa talvez um pouco importante ou nada. Lembrei-me que um dia, durante a segunda metade de 2010, estava andando com pressa pela Avenida Paulista, até que avistei algo que me chamou atenção. Uma mulher vendia flores artesanais na rua. Eu amo flores. Olhei as flores que a mulher vendia e senti encanto. Eram lindas e custavam, as maiores, em torno de R$6,00. Gostei de uma flor azul, e por pouco não a comprei. Acontece que vi uma flor vermelha. Uma rosa vermelha, na verdade. Uma rosa vermelha perfeita, com folhas verdes ao seu redor. Foi então que eu senti necessidade de comprar aquela rosa, precisava tê-la para mim. Às vezes tenho essa necessidade: a de possuir as coisas para mim e só para mim. Então, no momento, eu precisava ter aquela rosa que tanto me encantou. Comprei a rosa. Usei-a no cabelo durante vários meses. Cheguei a quase possuir certeza de tê-la perdido num certo dia. Mas depois, uma ligação fez com que eu tivesse certeza de que iria vê-la novamente. Hoje em dia, a rosa está desaparecida há um bom tempo, e eu já não acredito que um dia serei capaz de encontrá-la novamente.
Veja bem, o sentido de tudo isso aqui que estou dizendo, realmente desconheço. Mas senti, de certa forma, que precisava falar um pouco sobre essa rosa. Eu a estimava. Era um pedaço de pano dobrado em formato de rosa, mas possuia para mim extremo valor sentimental. E eu a perdi, assim como perdi várias outras coisas que me eram importantes conforme o passar dos dias. Perdi por descuido. A gente perde muita coisa por descuido por ai, e depois fica assim: pensando naquilo que não volta mais e naquilo que não pode ser desfeito. A minha rosa não volta mais, disso estou certa. Moral da história?! Aprender a cuidar melhor daquilo que é estimado. Eu aprendi, com a rosa e outras coisas. Mas me sinto mal por crescer e perceber que as outras pessoas não estão fazendo a mesma coisa. Me sinto mal por evoluir e ver alguém andar para trás. Acontece que cada um tem o seu tempo. Acontece que cada um tem a sua cabeça, fazer o que. Não é justo se permitir enlouquecer com a loucura alheia. Isso pira qualquer um. Então prefiro ficar aqui, me curando da minha loucura e deixando que os outros façam o mesmo com a sua própria. Cada um tem o seu tempo, cada um tem a sua cabeça e cada um tem o seu pensamento.Chega de criticar os outros, de nada adianta.
Quanto a mim, amigos; estou aqui, cuidando de mim. E se perguntarem por notícias, digam que ficarei assim: muito mais que bem. Digam também que não finjo nem pretendo fingir mais nada. Quem menos demonstra, é sempre quem mais sente. E algumas pessoas, aquelas portadoras de corações especiais, conseguem enxergar perfeitamente quando isso acontece. Estou cercada de pessoas portadoras de corações especiais. Elas me percebem e pretendo não ser tola a ponto de tentar enganá-las. Na verdade, não tenho mais nem vontade de fingir alguma coisa. Só me encontro, no momento, com vontade de ser eu mesma. Ser eu mesma, da forma que nunca fui. Sim, estou cuidando de mim. Digam por ai que ando cuidando muito mais de mim e que ficarei muito mais que muito bem.

Aliás, já encontrei uma forma adequada de perpetuar a rosa em minha vida. A gente nunca realmente abandona aquilo que ama. Não podemos fugir do que está determinado para ser nosso. Let it be, let it all be as time goes by...

sábado, 2 de julho de 2011

Moço bonito!

Eu queria poder começar a pensar um pouco muito mais em você.
Moço bonito, me dá a mão outra vez?
E se algum dia para ti eu desarmar todo o meu coração;
Por favor, por favor, não me diga não.
E se todas as vezes em que eu estiver triste você continuar a me fazer sorrir...
Permita-lhe dizer:
Preciso de você aqui.

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Meu lugar favorito na cidade.

Em uma tarde sem muito o que fazer no escritório, decido escrever sobre algo um pocuo diferente. Quero agora falar um pouco sobre um lugar que me transmite paz. Meu atual lugar favorito da cidade de São Paulo, no meio da cidade de São Paulo. Num dia desses, antes de entrar no fórum Federal, me encontrava um pouco agitada e decidi sentar para fumar um cigarro. Breve pausa de 15 minutos em minha vida. Foi então que percebi: eu não estava sentada em qualquer lugar no meio da cidade. O pátio do Masp me pareceu possuir certa magia em suas entranhas. Era como se fosse um escape da realidade em meio à realidade mais pura de uma metrópole. Do lado de dentro, grama, pombos, lugares para sentar, tranquilidade e ar para respirar. Até o ar de lá parecia soar diferente. De repente, pude sentir o vento gelado do meio da tarde batendo em meu rosto e bagunçando meus cabelos já meio embaraçados. Pude colocar minha mente em outro lugar que não fosse o centro dos meus problemas. Pensei menos em mim. Reparei na beleza dos prédios, até mesmo daquele que se encontra em restauração de suas ruinas. Pensei em todas as vidas habitantes de uma cidade tão grande quanto a em que vivo. Na verdade, pensei mesmo é em todas as vidas que assim como a minha, se escondem dentro de aproximadamente quarenta e cinco metros quadrados de um edifício gigantesco. E me senti tranquila. Me senti em paz com o mundo. Depois olhei para o chão e vi bitucas de cigarro. Muitas bitucas. Então me peguei pensando em quantas pessoas, assim como eu, utilizariam o lugar como uma forma de escape da realidade concreta. Realidade de concreto. Levantei e cruzei o pátio do Masp. Do lado de fora, problemas, carros, trânsito, barulho e todo o nervosismo do cotidiano numa cidade com mais de 11 milhões de habitantes.

Trechos do "Retrato de Dorian Gray", Oscar Wilde:

"Mas não sei como lhe explicar isso. Algo pareceu me dizer que eu estava à beira de uma terrível crise em minha vida. Eu tinha um estranho sentimento de que o Destino tinha guardado para mim intensas alegrias e intensas mágoas."

"Suponho que isso venha do fato de que não podemos suportar outras pessoas que têm as mesmas falhas que nós temos."

"Ele nada sabe sobre isso. Ele nunca saberá nada sobre isso. Mas o mundo poderá advinhar; e não desnudarei minha alma perante estes olhos rasos bisbilhoteiros. Meu coração nunca será colocado sob seus microscópios."

"Encontro um estranho prazer em dizer-lhe coisas que sei que irei me arrepender por tê-las dito. Eu me revelo."

"De vez em quando, porém, ele é terrivelmente desatencioso e parece ter verdadeiro prazer em me causar dor. Então eu sinto, Harry, que revelei minha alma inteira para alguém que a trata como se fosse uma flor a ser colocada em sua lapela, uma parte decorativa para encantar sua vaidade, um ornamento de um dia de verão."

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Vastos, embora coerente...

Paguei R$22,00 numa pizza de chocolate e comi só um pedaço. Paguei R$22,00 por R$2,20. Em dois dias, fumei quase um maço inteiro de cigarro e assistir um filme e meio. Dediquei a maior parte do meu tempo em dormir. O carregador do meu notebook pifou e não consigo mais ouvir músicas, as minhas músicas. Estou usando a internet da vivo e meu twitter não quer postar minhas mensagens. Lembrei de uma coisa. Lembrei de escrever.
Estou sentada na primeira cadeira do lado direito da sala de jantar e ouço apenas três sons: o latir dos cachorros, o barulho da geladeira, e o teclar dos meus dedos. Acabei de ver uma foto louca de um amigo no facebook e descobri que algo que tentaria evitar para o meu sábado já não pode mais ser adiado. NÃO SEI POR QUE, MAS AS LETRAS DO WORD INSISTEM EM FICAR MAIÚSCULAS, EMBORA O “CAPSLOCK” ESTEJA DESATIVADO. APESAR DE TUDO ISSO, ESCOLHO NÃO ME ESTRESSAR.
Agora o Word voltou ao normal. Bom, decidi realmente manter a calma. Na verdade, é exatamente sobre isso que pretendo escrever hoje: sobre escolhas. Talvez ninguém consiga entender. Quase sempre escrevo e fico com a sensação de não conseguir expressar realmente o que sinto. Não conseguir passar alguma coisa aos outros, ajudar aqueles que me lêem. Mesmo assim, não importar. A gente não pode jamais deixar de tentar. Um dia eu chego lá.
Agora vamos começar a falar um pouco mais sobre as tais escolhas. Tenho certeza que todo mundo faz muitas escolhas todos os dias. Só o simples ato de acordar já consiste puramente em uma escolha; mesmo que automática. Minha última escolha, até agora, foi perder a preguiça de abrir o MSN. Na verdade, neste momento, também escolhi não procurar por coisas que não quero ver. Mas a gente sempre acaba se traindo, certo?! Uma hora eu me traio de novo.
E agora chega o momento em que percebo que estou enrolando por não saber exatamente como começar a falar sobre o que realmente importa agora. Não quero falar das pequenas escolhas. Quero falar das grandes escolhas. Grandes, e que mesmo assim passam despercebidas. Ou pequenas escolhas que podem se tornar demasiadamente grandes, a ponto de não caberem mais dentro de nós. Sim, essas escolhas são as que me importam no momento. Exatamente como a escolha de decidir não me estressar, mesmo depois de um dia complicado. Não ficar estressada, pra mim, é uma grande escolha. Ando tentando abstrair as coisas muito mais que o de costume.
Ultimamente, andei me perguntando bastante a respeito das escolhas que fiz de um ano pra cá. Chega a ser difícil de acreditar o quão grandes elas foram. A imensa importância que tiveram no curso da minha vida. Mas andei cutucando mais ainda as escolhas que fiz para o meu ano de 2011. Percebi, finalmente, que embora muitas dessas escolhas tenham me causado muito bem, outras me causaram completamente o contrário. E fico também pensando no quanto fui idiota ao fazer tais escolhas: estava ali, na minha frente. Eu poderia ter optado por outra coisa. Eu poderia ter pensado mais. Só que não pensei. E todas as minhas escolhas mal pensadas tiveram suas conseqüências. Conseqüências com as quais tive, e em muitos casos, continuo tendo que arcar diariamente.
Não que eu me arrependa daquilo que fiz. Tudo sempre serve pra gente aprender, certo?! Só que isso me faz olhar pras escolhas dos outros também. E quando eu olho para as escolhas de muita gente, eu penso: “Putz!”. Tipo, de “que merda” mesmo. E é muito ruim olhar alguém fazendo merda, não importa se a pessoa seja próxima ou distante, mas quando é próxima, é pior ainda. Depois eu paro e penso em quanto é ruim agir impulsivamente. Penso o quão estúpido é fazer as coisas sem pensar direito, mesmo que isso signifique não seguir o coração. Não digo que a racionalidade extrema deva ser contemplada. Acredito apenas que o coração, em muitas situações, está repleto de mágoa, rancor, e sentimentos negativos em geral. Muitas vezes o coração está cego. E em um coração cego, não se deve confiar jamais.
Eu, ao olhar para dentro e fora de mim, aprendi isso. Aprendi ao olhar para mim, para a minha vida, e para o meu redor. Então entendi que o coração cego só consegue foder ainda mais qualquer coisa já estourada. E que sempre que alguém age com o coração cego, se arrepende muito depois. E consigo enxergar o quanto tudo isso é triste. Então fico triste ao olhar para todas as vezes em que escolhi (Sim, escolhi!), agir com o coração cego. E o quanto o meu coração cego só foi capaz de me magoar ainda mais. Vejo isso olhando para um, dois, até mesmo três anos atrás. E agora, desde um pouco mais de um mês pra cá, quando consegui acordar tudo isso em mim. Olho para alguém agindo com o coração cego e simplesmente não consigo deixar de ficar dolorida pela pessoa. Olho e penso: “Pare com isso, pare com isso! Você não precisa fazer isso tudo com você! Poxa, você não precisa disso, então pare e pense um pouco mais na sua vida, pense sem ódio e sem rancor!”
Só que ao mesmo tempo em que tenho vontade de dizer tais coisas para as pessoas, não consigo. Ninguém escuta o que não quer. Ninguém olha o que não quer ver. O coração cego sempre age por si só. É impulsivo, é irracional e inconseqüente. Ele é cego para as coisas que não estão nele, oras. Então ele simplesmente não enxerga nada além de seu próprio orgulho, não alcança nada além do seu próprio nariz. Só que o coração cego sempre se machuca depois. O coração cego sempre se arrepende um dia. Se arrepender é inevitável e doloroso, mas serve para o crescimento de cada um. E a partir do momento em que a pessoa cresce olhando para o seu próprio coração cego, ela se arrepende, fica triste consigo, e depois consegue seguir em frente. A pessoa se livra do orgulho e de tudo que é ruim, mas todo mundo tem o seu tempo. Tempo que quem já curou o coração, não consegue entender direito. Tempo que quase sempre eu sou incapaz de respeitar.
Sempre que vejo alguém com o coração cego, tenho vontade de apertar a pessoa e fazer alguma coisa pra conseguir melhorar. Tenho vontade de enviar luz para quem possui o coração cego, pra quem escolhe errado. Não gosto de ver ninguém escolher errado. Eu me pego pensando que tudo poderia ser tão mais simples, é só cada um tentar entender e aceitar um pouco mais. É só cada um conseguir colocar a sua cabeça no lugar. E isso não é ser idiota, trouxa, ou alguém a quem todos os outros pisem em cima; isso é possuir paz dentro de si. Isso é olhar para os erros dos outros e perceber toda dor que existe dentro de cada um deles. Isso é possuir um pouco mais de compaixão. É não gostar de ver ninguém abandonando a melhor parte de si mesmo propositalmente, como eu tenho visto em muitos lugares por ai. Existem pessoas tão especiais e ao mesmo tempo tão profundamente magoadas!
É claro que ninguém consegue responder a causa de tantas coisas ruins ocorrerem a pessoas boas. Ninguém entende certos fatos. Mas grande parte dessas coisas ruins, só acontece a partir do momento em que a pessoa permite que elas ocorram. A partir do momento em que ela escolhe se afastar dela mesma ao se deparar com situações complicadas. E mesmo assim, quando se vê uma pessoa decidindo causar mal não só a ela mesma, porém para os outros, não se deve julga - lá. Todos possuem seus motivos. Todos, sem exclusão alguma. Ninguém consegue entender perfeitamente o que ocorre na cabeça de outra pessoa, só ela mesma é capaz de se entender por inteiro. Mas pra isso ela tem que se dar uma chance. Pra isso ela tem que entender sozinha que nem tudo precisa ser tão ruim assim. Precisa aprender a perdoar os outros um pouco mais.
Essas foram algumas das coisas que eu andei aprendendo sobre mim. Aprendi a não guardar rancor, não julgar, não querer magoar. Pelo menos enquanto o meu coração estiver claro. Aprendi que em toda coisa ruim, realmente, existe uma coisa boa para todo mundo. E que o tempo precisa dele mesmo para se resolver. Aprendi que não sou tão forte a ponto de não precisar de ninguém: todo mundo precisa de alguém nos momentos difíceis. Mas existe uma grande diferença entre tentar se entender com quem realmente pode ajudar, e com aqueles que só são capazes de causar mais danos ainda. E é isso que estou tentando adaptar a minha vida: envolvo-me em tudo aquilo que me faz bem, por todos amigos que estão dispostos a me dar apoio, mesmo que tal atitude signifique ouvir coisas que não quero ouvir, uma vez ou outra. Todo mundo precisa de um braço amigo, braço do bem. Todo mundo sempre precisa de alguém.
E finalmente, posso dizer que a pessoa que agora escrever, é realmente uma pessoa um pouco diferente da pessoa de antes. Pretendo sempre continuar a ser o meu melhor remédio, mesmo que exista em mim a necessidade de receitas alheias, para o bem ou para o mau. Um dia a gente consegue enxergar as coisas. Hoje é dia 25-06-2011, e falando em enxergar, eu nem vi a semana passar. Hoje foi o primeiro dia em que eu rezei, para o que quer que seja, em mais ou menos quatro anos.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Minha última melodia...

Minha última melodia...
Eu quero encontrar as palavras certas para dizer tudo aquilo que antes esqueci
Tudo aquilo que não percebi e que agora, pelo outro lado, não é percebido também
E eu queria descobrir os motivos que levam o lado de lá a agir...
E todos os erros que cometi, ser capaz de consertar
Tanto eu precisava encontrar termos para expressar aquilo que ficou perdido no meu olhar...
Às vezes eu queria ter uma máquina pra desfazer ou deletar as coisas
Pra de toda essa confusão nunca mais lembrar
Mas o que me resta agora é compreender
Os maus momentos surgem para que possamos com eles crescer...
Adotar como postura a minha forma de pensar
E num futuro talvez nem tão distante assim, novamente não errar
Perceber que para toda tristeza existe uma alegria
E que os verdadeiros sentimentos, apenas o tempo será capaz de mostrar
Descobrir que fora ele, não existe outro remédio
Senão a tentativa de alguma coisa mudar
Dentro de mim
Agora e dentro de mim.
Por que mesmo que no momento me pareça distante
Minha luz não se encontra tão inatingível assim em algum lugar
É tudo uma questão de aceitar...

domingo, 19 de junho de 2011

Um sonho meu...

Eu sonhei com uma cigana que dizia que eu andava fugindo de mim. E que eu tinha muita coisa pra mostrar. Que eu tinha muito o que revelar. E ela me disse sobre todos os meus sonhos, um por um. Sobre os meus medos e sobre as minhas virtudes. Me olhava fundo nos olhos e dizia que eu não precisava temer. Dizia que eu precisava lembrar mais de toda parte boa em mim, até mesmo das mais pequenas. E que a vida era pra se viver. E que o tempo não parava jamais, por isso eu também não deveria parar nele. Depois ela me pegou pela mão e me levou pra caminhar numa floresta e pediu para que eu sentisse a brisa que circulava por entre as árvores gigantes. E pra que eu ouvisse melhor os sons, tivesse uma percepção mais aguçada. E foi então que eu senti o frio, o vento que batia no meu rosto e aquela brisa que parecia tomar conta de tudo ao meu redor. Parei e escutei o barulho dos pássaros, o soar de tudo aquilo que habitava o mesmo espaço que eu, o soar do meu coração. Percebei que tudo aquilo, além de me rodear, se encontrava dentro de mim. Os sons, as sensações, a natureza como ela é. E depois me dei conta de tudo aquilo que eu estava deixando para trás. E que eu realmente não deveria fugir tanto assim. Logo eu, que vivia sempre fugindo de mim. A cigana me mostrou a magia. Ela podia ser irreal, mas me mostrou o real sabor das coisas. O real valor do mundo, o meu valor. Então ela terminou dizendo para que eu valorizasse mais aquilo que eu estava encontrando em meu caminho. Para eu doar, ajudar, sentir e perceber mais. Para eu doar a quem quer que fosse todo o bem que eu conseguisse ser capaz. Até o momento em que eu me satisfizesse em mim. Até o momento em que eu fosse capaz de estar feliz comigo mesma. Até o momento em que eu descobrisse quem realmente sou. Descobrisse para nunca mais esquecer.

quarta-feira, 15 de junho de 2011

Meu...

Num momento de conseguir encontrar tanto ruim dentro de mim
Tanto ruim dentro de mim e ao meu redor
Um segundo me fez perceber a vontade de distribuir apenas coisas boas
Pra que tanta mágoa?
Pra que tanta ferida quando o que mais se quer é viver a vida?
Pra que se focar tanto no escuro quando ecoa uma claridade imensa em algum não muito distante?
E esquecer toda ferida...
Simplesmente aprender a perdoar
Por que quem perdoar, não guarda
E aprender a perdoar a si mesmo também
Aprender a me perdoar por mim...
Pensar um pouco mais na pessoa mais importante da minha vida
Lembrar de me amar um pouco mais
E então, a partir de tal momento, me tornarei pronta para amar o mundo e consequentemente ser amada também
Mas antes de qualquer coisa; lembrar de perdoar
Lembrar de sempre perdoar a todos e a mim
E respirar em paz e claro
Respirar sem machucar
Para depois entender o significado daquilo que me era até então desconhecido
A luz que descobri dentro de mim...
Então esquecer todo erro, toda mancada, tanto tropeço
E começar de novo
De qualquer forma, em qualquer tempo e lugar
Começar de novo pra valer a pena ou simplesmente encontrar algo novo
Sem me esquecer, novamente, de amar até mesmo aquilo que um dia me fez sofrer...
Por que tudo nessa vida, não vale nada quando não se é amor.

domingo, 12 de junho de 2011

Sobre só mais uma menina...

Eu só sou uma menina assim, que pensa, pensa, pensa tanto sobre tudo. Pensa até acabar o mundo. E que sente como ninguém sente. Sente como ninguém sente e sente sem ninguém ver. Uma menina que guarda tudo demais, e que se machuca por si só. Que muitas vezes precisa de atenção, uma mão amiga, ou de alguma poesia que faça sentido no meio disso tudo...
Uma menina que ama demais. Uma menina que gostaria de saber se expressar melhor, que gostaria de guardar menos pra si. Uma menina a qual pequenas coisas bonitas agradam, e a quem o feio atinge de forma quase absurda... E que no final, sabe tão pouco sobre si mesma.
Sabe tão pouco que a cada dia descobre um pouco mais, e se surpreende com aquilo que encontra em algum lugar dentro de si. Se surpreende com quem vê, se sente insegura e muitas vezes triste. Uma menina que sempre se magoa com as pessoas a quem ama, e que não faria nada para machucar qualquer pessoa voluntariamente. Por que eu, na minha condição de menina, sei, e disso estou mais do que certa: dentro de mim cabe todo o amor do universo e um pouco mais além.
Eis uma das únicas certezas que possuo agora. Mesmo que por caminhos confusos, meus métodos confusos e estranhos: eu estou aqui, se não para mais nada, para amar tudo aquilo que se dispor a me amar também. Quero amar, ser amada e ser feliz. Tudo o que desejo talvez seja complicar um pouco menos, e deixar a vida correr seu curso livremente um pouco mais...
Abrir a mente e o coração, Para no final encontrar alguma paz dentro de mim. A paz que procuro nos livros, nas ruas, nas frases, no vento, no ar, e em algumas esquinas e pessoas por ai. A paz que procuro tanto conquistar.Aquela paz que preciso também encontrar em algum lugar dentro de mim...
“Só enquanto eu respirar....”

domingo, 5 de junho de 2011

Quando o mundo todo parou e assim mesmo eu fiquei.

Quando em nenhum momento eu parei
Em algum lugar minha mente adormeceu dentro de mim
E foi parar naquela parte não identificada
Sempre tão escondida e reprimida
De sonhos não realizados...
De coisas mal resolvidas...
De tanta coisa guardada...
Coisa que não queria jamais ser enxergada.
Aquela parte que faz transludir um pouco mais de tudo
E imaginei poder me expressar um pouco mais
Imaginei pintar um quadro para dizer tudo aquilo que guardo em minha mente e coração
Tudo pelo que passei
Quis muitas vezes poder ter agido de forma diferente no passado
Mas como agir diferente com aquilo que não se vê?
Como poderia eu descobrir aquilo que apenas chegaria a mim com o tempo?
E agora, embora tenha acertado algo, como poder esquecer?
As ações ficam...
O passado fica...
Fica e perturbar, até o momento em que ele é impedido de agir
Fica e perturbar até que seja possível enxergar outra coisa, enxergar além
E agora eu continuo com vontade de poder enxergar mais além
Fico com vontade de agir da forma que me parece correta poder agir
Mas como agir assim com tanto medo?
Como lidar com tanto orgulho e insegurança?
Será possível desfazer aquilo que já está concretizado?
E tudo aquilo que ficou parado no tempo...
Distante, tudo sempre tão distante...
E eu sempre aqui comigo
O mundo se despede enquanto eu fico aqui parada
Sozinha com o meus medos, com as minhas inseguranças...
Sozinha com os meus sentimentos tão bem guardados...
E que transbordam.
Fico sozinha enquanto o mundo se afasta e ao mesmo tempo tenta se aproximar
Tenta se aproximar até mesmo dentro de mim
Fico sozinha enquanto há tanto pra viver...
Enquanto há sempre tanto a sentir e dizer.
Mas e com os outro, como devo eu lidar?
Com os sentimentos alheios que me rodeiam, como devo eu agir?
Como posso estar sempre tão disposta a aceitar um perdão, quando nem sempre estou a pedir a mesma coisa para outro alguém?
Como posso, eu, sempre estar tão disposta na hora errada?
E sempre me atrasar.
Exatamente como faço em minhas em meus compromissos...
Exatamente como eu faço com as pessoas e com os sentimentos: em um momento enxergo, mas sempre me atraso.
Eu me atraso, eu me estranho, eu me esqueço
Mas algumas coisa eu sou simplesmente incapaz de esquecer
Sobre mim e sobre os outros.
Ai vigora minha real e fiel incapacidade.
Que me acompanha, e que me faz atrasar cada vez mais...
Atrasar pra tudo...
Até o momento em que não houver mais nada.
Ou até quando eu conseguir enxergar ainda um pouco mais além.

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Momentâneo.

A gente tem que pensar assim: em cada coisa ruim que ocorre, uma boa se reflete. Para cada momento ruim pelo qual passamos, outras centenas de momentos bons acontecerão. Para cada perda que temos, uma vitória está ao nosso aguardo. Para cada energia negativa, uma luz de harmonia também pode estar presente. Para cada perda, haverá uma vitória. Para cada sentimento ruim, também existe um bom. Para cada pessoa especial que perdemos em algum caminho distante, uma outra maravilhosa surgirá. Para cada momento de sofrimento, há de chegar um de paz. Se algo está ruim, há de melhorar. Para cada dia triste, um feliz. Para cada amor perdido, um novo em algum lugar. Para cada lágrima, um sorriso. E fogos de artifício para cada coração partido. Por que essa vida não é nada se não coisas boas. E o mundo todo pode ser repleto de coisas boas. Tudo depende das decisões. Tudo depende das decisões e das ações. E elas, somos nós quem realizamos. O ser humano age. O ser humano faz a sua própria história e a de todo o resto. Imagine um mundo repleto de alegria todo dia. Imagine um mundo repleto de felicidades. E o brilho nos olhos de cada coração com vida. Imagine a felicidade por si só. Imagine o universo repleto de uma luz brilhante todo dia. Nem tudo na vida sai bem como planejamos. As coisas podem não ser como desejamos. Mas não se deve jamais admitir a tristeza. Deve-se sempre tentar extrair o melhor de tudo. Por que cada coisa ruim possui o seu lado bom. Por isso mesmo deve-se sempre olhar pra frente. Olhar pra frente, mudar e ser feliz. E fazer os outros felizes também. Sem culpar, julgar, guardar rancor. Apenas guardar as partes boas. Sempre existe uma partezinha boa. Tudo depende de nós. No final, tudo depende de cada um, ou de si mesmo. A felicidade, o bem, as coisas boas...cabe a cada um fazer acontecer. :)

sábado, 7 de maio de 2011

Mais um entre muitos...

Me arrependo um pouco sobre muito
E muito sobre um pouco
Me arrependo de tanto descaso, babaquice, idiotice
Que talvez não deveria conhecer...
Será possível sentir pelos outros?
Sentir pelos outros o sentimento dos outros
Ou transformar o sentimento dos outros em seu?
No caso, meu.
Às vezes sou incapaz de enxergar coisas mais óbvias que uma gota d’água
Coisas mais óbvias e menos confusas que um sorriso, um bem querer, uma amizade, um amor, um olhar...
E tudo aquilo que é ao mesmo tempo tão claro e tão escuro.
E tudo aquilo que ao mesmo tempo em que é;
Perpetua a sua condição de hipótese.
Vivo sempre, constantemente, me debatendo e surrando com a possível existência de um mero talvez ou se.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

Apenas mais um texto com partes de um pouco...

Hoje, ontem, anteontem
Eu andei pensando muito em tudo aquilo aqui por perto de mim
Andei pensando, desejando, tirando conclusões...
Entendido, me confundido e desacreditado
Andei lembrando muito de coisas que deveria esquecer
Andei tentando encontrar uma razão pra muito que não me cabe explicar
Andei procurando encontrar razões nos outros,
Quando muitas vezes nem mesmo os outros encontram sua própria razão
Andei tentando entender a perversão e a ingenuidade
Andei procurando – às vezes até desesperadamente – uma resposta
Que pudesse explicar toda a minha vida
Que pudesse explicar os rumos diferentes
Que pudesse explicar meu passado, meu presente
E talvez apontar uma direção para o futuro
Andei matutando tanto, mas tanto...
Andei me esforçando tanto que até parei
Parei de querer e fazer muita coisa
Parei de tentar entender muita coisa
Não se pode jamais entender profundamente sobre aquilo que se desconhece
Não se pode jamais entender perfeitamente razões que não são de si
Não se deve exigir dos outros aquilo que eles não podem dar
Mesmo se esse aquilo for o que se daria por eles
Cada um é cada um e cada qual é cada qual
Cada um tem seus motivos e cada qual seus pensamentos
Só quem é possuidor do verbo ser, sabe o que é viver.
Só quem é possuidor do verbo ser, sabe o que é viver.
E quanto a mim, eu fico aqui a esperar.
Estou agora, e sempre, sempre aqui apenas para esperar alguma coisa que nem eu mesma sei qual é.
Nem eu mesma sei o que é.
Estou a esperar aquilo que é meu, já está determinado como eu.
Nessa vida confusa, contraditória e impossibilitada de definição.
Estou esperando o que é meu, pelo que me é natural.

domingo, 27 de março de 2011

Eu só queria falar um pouco mais...

Eu só queria falar um pouco...
Daquilo que um dia foi presente, e continua tão presente na gente, mas agora é passado...
Do cabelo que cresceu e a gente quase não percebeu...
Das pessoas que mudaram mais rapidamente que a velocidade da luz...
Daqueles que se esqueceram de lembrar que existem outras pessoas no mundo...
Daqueles sentimentos que tanto se deseja remover do coração, mas nele continuam cravados como um broche em um tecido...
De tudo o que é bonito e já fomos um dia, mas por motivos quase sempre nada claros trancamos em algum lugar bem fechado e escondido no interior de nós...
Dos dias que passam mais rápido do que qualquer um possa compreender...
De todas as coisas que nos esquecemos de dizer, ou daquelas que lembramos mas falta coragem pra pronunciar...
De todos os momentos bons que num piscar de olhos viraram apenas boas lembranças...
De todas as coisas lindas do mundo...
De tudo aquilo que é especial, mas foi deixado para trás...
De todas as pessoas que amamos, porém foram afastadas voluntária ou involuntariamente de nossas vidas...
De todos os erros por nós ignorados...
De todo aquele orgulho no peito guardado...
De tudo aquilo que pensamos e não conseguimos falar...
De todo sentimento que sentimos, mas não conseguimos expressar...
De tudo aquilo que foi e que de alguma forma continua sendo, mesmo que inexplicitamente em nós...
De tudo aquilo que é tudo dentro de nós.
Eu só queria falar um pouco...
Eu só queria explicar um pouco mais...
Eu só queria conseguir mostrar um pouco mais...
Alguma coisa sobre tudo aquilo que está guardado em nós...
De tudo aquilo que está sendo deixado para trás.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Um pouco de mim em mim...

Quando em algum momento você percebe sem perceber...
Chega a perceber sem querer e por não querer
Que na verdade a vida leva a pessoas e lugares jamais imaginados, e muito menos planejados...
Que tudo aquilo que um dia foi considerado como verdade incondicional e eterna, simplesmente muda num piscar de olhos
Que pouco tempo é muito tempo
Que seis meses são extremamente valiosos
Que seis meses podem mudar tudo
Que pouco tempo pode ser muito
Muito tempo no mundo...
Pouco tempo pode enfim mudar tudo no mundo...
Ou uma vida toda.
Ao olhar para seis meses atrás, consigo apenas observar como todas as coisas mudaram
Meus lugares, meus amigos...
Minha rotina, meus passatempos, meus desejos e meus planos
Seria eu apenas inconstante?
Ou seria o mundo todo assim igual a mim?
E onde foram parar aqueles meus sonhos?
Para onde se foi aquilo que não consigo mais encontrar aqui?
Para onde foi aquela possibilidade de vida que hoje é assim tão diferente?
Aquilo tudo que agora não é mais meu...
Quantos caminhos deve uma pessoa percorrer para chegar até um lugar onde se encontre com ela mesma?
O lugar em que ela finalmente opta por habitar?
E o que seria esse mundo com freqüências tão diferentes?
Tudo é tão tudo nesse mundo
Tudo é tão tudo e diferente no mundo...
Tudo é tão tudo e diferente...
Tudo é tão tudo e diferente dentro da gente.
Ainda que finalmente...
Eu perceba que algumas coisas sempre permanecem
Talvez não aquelas esperadas
Talvez não algo para o qual fosse reservado demasiado valor
Porém algumas coisas sempre permanecem...
Algumas pessoas, histórias
Alguns desejos, idéias e ideais...
Algumas lembranças, algum passado
Algumas coisas pequenas nem tão pequenas assim
Sempre são para sempre
E o sempre, e o para sempre nunca acabam...
Enquanto aquele restinho de tudo continuar a permanecer
Enquanto ainda houver alguma coisa boa nesse mundo...
Enquanto ainda houver um pouco de mim em mim

terça-feira, 15 de março de 2011

Acaso, amigo...O acaso.

O tempo passa, mas eu não passo
O mundo muda enquanto meu eu continua estático
Tudo gira ao meu redor através do tempo que, aos poucos, se esquiva de mim
Os dias fogem entre meus dedos e vão assim determinando os minutos perdidos no relógio da minha vida
E mesmo assim, eu continuo estática
Continuo estática no tempo enquanto tudo muda ao meu redor
Continuo eu, desde o momento em que meu caráter começou a ser definido pelos dias
E mesmo assim, nada se modifica em mim.
Seria isso resultado de vontade não manifestada de parar meu relógio ou o tempo universal?
Seria isso desejo de parar por alguns segundos e olhar para trás?
Voltar a ter tudo aquilo que tinha antes, e tornar reais as coisas que não foram...
Talvez essa seja apenas mais uma confusão resultante de um sonho indesejado
Ocasionalidades, fases...
O acaso, amigo, sempre estará ao meu lado quando eu mais precisar.

terça-feira, 8 de março de 2011

Sobre pessoas e um pouco de amizade...

Os últimos dias me causaram sensações que fizeram refletir sobre a amizade e seus verdadeiros significados. O conceito do que define um “amigo”, e o que esse deve – ou deveria – significar. Pretendo agora conseguir transmitir minhas conclusões - ou não - através de palavras. Espero ser coesa.

Sobre pessoas e um pouco de amizade...

Na verdade, o que é o amigo?
Qual o verdadeiro significado da palavra amizade?
Qual a importância de um amigo na vida de alguém?
Não sei, realmente não sei... Mas posso dizer por mim, o pouco que consigo compreender.
Amigo é aquele que estrutura o outro nas horas difíceis. Que ajuda. Que compreende.
Amigo é sempre aquele que defende. Que não deixa nenhum mal atingir as pessoas por quem se tem um carinho tão especial.
Não digo que um amigo deve apoiar os erros do outro. Muito pelo contrário, o amigo de verdade sempre mostra onde o outro está errado. Mostra modos diferentes de se enxergar uma mesma situação. Mas um amigo não abandona o outro jamais. Um amigo deve ajudar o outro a superar suas dificuldades, a compreender melhor as coisas, porém não deve abandonar o outro, mesmo que este esteja errado.
Amigos são definidos como sendo aqueles por quem se tem amizade. Aliados, por quem se sente afeição e carinho. Amigo é o adjetivo que define aquele que quer bem, aquele a quem se quer bem. Aquele que se conhece há bastante ou pouco tempo, mas de quem se gosta muito. Aquele por quem se tem respeito, e é recíproco.
Amigo é aquele em quem se pode confiar. Aquele que não julga jamais. Amigo de verdade é aquele com quem se pode contar em todas, e para todas, as horas. Aquele a quem não é necessário contar algo: o amigo de verdade sente o outro amigo. Amigos têm sempre a mesma sintonia. Um amigo sempre percebe quando o outro não está bem. Um amigo de verdade sempre acredita no outro e em seus sentimentos. Amigos não duvidam jamais, independente da distância espacial ou temporal. 15 anos podem se passar, mas o carinho sempre continua o mesmo.
Embora alguns amigos possam ser escolhidos, os bons e verdadeiros simplesmente aparecem na vida de alguém. Aparecem e confortam nos momentos difíceis. E surpreendentemente, hoje sei que nem sempre aqueles que julgamos serem nossos amigos para uma vida toda, realmente são. Os verdadeiros amigos aparecem para dedicar afeto nos momentos conturbados. E eles muitas vezes não são aqueles que julgamos ser verdadeiros amigos. Agora compreendo que as pessoas realmente enganam, para o bem e para o mal. E no momento em que isso é descoberto, os amigos verdadeiros também são.
Para terminar, posso dizer que amigos nunca se aproximam por interesse. Os reais amigos amam pelo que farejam em relação às pessoas: confiança, respeito, camaradagem, cumplicidade e lealdade. A amizade é constituída e fortalecida nos momentos fáceis e nos complicados. A amizade é um dos maiores bens da humanidade, e os amigos verdadeiros fazem valer uma vida toda. Amigos verdadeiros possuem os mesmos valores dos membros ideais de uma família, porém com uma diferença: o amor de amizade não advém de relações genéticas. O amor de amizade, assim como o amor entre um homem e uma mulher, surge pelas qualidades, afinidade e atitudes vindas de ambas as partes.
Sou feliz pelos meus amigos. Sou feliz por ter os amigos que tenho. Sei que apesar de todas as minhas imperfeições, sempre poderei contar com pessoas especiais e únicas. Gostaria realmente de encontrar palavras boas o suficiente para expressar o amor e a gratidão que sinto pelos meus amigos.


I Love you guys!

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Sobre um pouco de tempo...

De uns dias pra cá, andei pensando muito sobre algumas coisas. Difícil de acreditar, mas todas elas sempre acabavam por me levar a uma única porta, que sempre então terminava por me fazer deparar com a palavra tempo.
Sei lá, acho que entendi o real valor do tempo na vida de um ser humano, ou pelo menos na minha vida. Percebi que o tempo é tudo. Ele é capaz de modificar, fazer entender, aliviar, mostrar, trazer, e afastar. O tempo é tudo, o tempo faz quase tudo. Tirando apenas algumas pequenas circunstâncias permanentes, o tempo é capaz de alterar todo o resto. Ele não apaga, mas sempre transforma tudo.
O amor acaba por virar amizade. O presente sempre vira passado, e a amizade também pode se tornar amor. A necessidade às vezes se torna desnecessária. O corpo e a mente mudam. Dos amigos, apenas os bons e sinceros continuam sempre a fortalecer os elos do sentimento, enquanto os outros se afastam em certo ponto, para talvez nunca mais voltar. Alguns amigos vão, mas sempre voltam. Os leais amigos são descobertos devido às artimanhas do tempo. E o tempo também faz parar de doer, aquieta sentimentos. Embora algumas feridas deixem cicatrizes que sempre nos recordam de acidentes que ocorreram no passado, o sofrimento seca junto à área machucada, e de tudo, permanece apenas a memória. Memória indolor, que além de sempre muito forte, também é enfraquecida pelo tempo. Suas cores acabam por desaparecer junto ao tempo, assim como as cores de uma tela pintada à tinta óleo.
E apesar disso tudo, qual é a conclusão que se pode sugar do tempo? A única certeza que tenho, é que o tempo tem o poder de nos levar a nós mesmos, mostrar e conduzir ao caminho criado por cada um individualmente, guiar o ser humano em sua própria direção, escolhida quase sempre por livre arbítrio. O tempo é tudo nessa vida, e o tempo também pode ser nada. O tempo é sempre muito tempo.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Sobre um pouco de loucura...

Pretensões equilibradas sobre uma plataforma imaginária
Idéias e ideais distintos chocando-se constantemente numa multidão de sonhos amontoados
Como fixar algo que não deixa de ser incerto?
Será possível definir um ponto concreto naquilo que se encontra mais impossível de se agarrar que o líquido?
E tudo aquilo que na verdade não é real...
Onde concentrar tanta insensatez?
Qual a melhor maneira de não se perder da lucidez?
Ou seria ela mesma um sinal vital da loucura reprimida?

Minha mente é incerta e inconstante. Vivo a flutuar em minha própria falta de razão em todos os momentos mais lúcidos de minha vida.

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

Sobre sonhos e loucura genial...

Pensando no lado ruim de fazer tudo muito bem. Concluo que a genialidade pode ser tão triste quanto a loucura enlouquecedora. Excesso de cérebro também pode desnortear. Existem muitos casos capazes de comprovar tal afirmação. Como o dono de uma banca no bairro do Socorro. Genial, enlouquecido. Exemplo de pessoa que perdeu o foco. Afinal, sendo tão bom em tantas coisas, como escolher uma em que se tenha mais aptidão? Como pode alguém que seja tão bom em tudo, ser ainda melhor em alguma parte desse tudo do que no resto? Tudo é tudo. E tudo também não é nada. Entendo que tudo pode levar ao nada. E é exatamente ai que se encontra a tristeza da perfeição. Como se encontrar em meio a tanta coisa dentro de si mesmo? Como se descobrir em uma apenas uma pequena parte daquilo que está guardado em si? Não sei. Não conseguiria. Acho que assim se pode entender um pouco melhor a tristeza da genialidade. Agora eu compreendo um pouco mais. Já não desejo ser excepcional em tudo. Ter tantos sonhos dentro de um sonho. Sonhos insubstituíveis que conduzem à tristeza. Agora, tudo o que eu gostaria seria ter somente um sonho para cultivar. Um sonho para chamar de meu.