quinta-feira, 7 de julho de 2011

Estupidez.

Exatamente vinte minutos antes retornar ao meu apartamento. Encontro-me aqui no escritório... Sem fazer trabalho algum. Penso em um amigo, penso nos meus textos repetitivos (ou, segundo outro amigo, possuidores de “estilo próprio”). Não considero ser ruim como um estilo próprio. Penso no show do Red Hot e na possibilidade de já não mais encontrar ingressos. Penso no show do Pearl Jam, o qual apenas a idéia de não assistir já me assusta. Penso em comida. Lembro que hoje comi apenas um iogurte e quase uma caixa inteira de Bis. Minha mãe diria que não ando me alimentando adequadamente. Quem se importa?! Acontece que hoje não estou me sentindo muito inspirada pra coisa alguma. Na verdade, acho que estou assim já faz um tempo. Não me encontro mais em minhas próprias palavras, ou não encontro mais palavras para mim, ou não entendo mais os meus pensamentos, ou ando meio zonza do meio de toda a minha vida e no meio dos outros.
Exatamente 12 minutos antes de retornar ao meu apartamento. Bom, pelo menos 12 minutos antes de começar a pensar em arrumar minhas coisas para ir embora. Sairei daqui lá pelas 18:20, acredito. Enquanto isso, continuo preguiçando comigo mesma. Acho que pensar demais andou se tornando um verdadeiro tormento em minha vida. Por que será que já não consigo para de pensar?! Penso, penso, penso. E nunca chego a lugar algum. Penso sem conseguir extrair conclusões. Ou extraio tantas que acabo é me esquecendo delas. Acho triste essa história de se esquecer de suas próprias conclusões. E também acho triste o fato de eu estar escrevendo um texto vazio, sem nexo ou conteúdo. Mais triste ainda é saber que o texto reflete meu consciente, e que então, por silogismo, uma vez que meu texto é vazio, sem nexo ou conteúdo, minha cabeça também. Opa, acho que acabei de chegar à conclusão mais foda do ano! Agora batam palmas para mim e vamos todos celebrar a minha estupidez, ou a estupidez humana, como já disse Renato Russo. E é assim que vou terminar minha postagem, com uma música chamada “Perfeição”.

Vamos celebrar
A estupidez humana
A estupidez de todas as nações
O meu país e sua corja
De assassinos
Covardes, estupradores
E ladrões...

Vamos celebrar
A estupidez do povo
Nossa polícia e televisão
Vamos celebrar nosso governo
E nosso estado que não é nação...

Celebrar a juventude sem escolas
As crianças mortas
Celebrar nossa desunião...

Vamos celebrar Eros e Thanatos
Persephone e Hades
Vamos celebrar nossa tristeza
Vamos celebrar nossa vaidade...

Vamos comemorar como idiotas
A cada fevereiro e feriado
Todos os mortos nas estradas
Os mortos por falta
De hospitais...

Vamos celebrar nossa justiça
A ganância e a difamação
Vamos celebrar os preconceitos
O voto dos analfabetos
Comemorar a água podre
E todos os impostos
Queimadas, mentiras
E seqüestros...

Nosso castelo
De cartas marcadas
O trabalho escravo
Nosso pequeno universo
Toda a hipocrisia
E toda a afetação
Todo roubo e toda indiferença
Vamos celebrar epidemias
É a festa da torcida campeã...

Vamos celebrar a fome
Não ter a quem ouvir
Não se ter a quem amar
Vamos alimentar o que é maldade
Vamos machucar o coração...

Vamos celebrar nossa bandeira
Nosso passado
De absurdos gloriosos
Tudo que é gratuito e feio
Tudo o que é normal
Vamos cantar juntos
O hino nacional
A lágrima é verdadeira
Vamos celebrar nossa saudade
Comemorar a nossa solidão...

Vamos festejar a inveja
A intolerância
A incompreensão
Vamos festejar a violência
E esquecer a nossa gente
Que trabalhou honestamente
A vida inteira
E agora não tem mais
Direito a nada...

Vamos celebrar a aberração
De toda a nossa falta
De bom senso
Nosso descaso por educação
Vamos celebrar o horror
De tudo isto
Com festa, velório e caixão
Tá tudo morto e enterrado agora
Já que também podemos celebrar
A estupidez de quem cantou
Essa canção...

Venha!
Meu coração está com pressa
Quando a esperança está dispersa
Só a verdade me liberta
Chega de maldade e ilusão
Venha!
O amor tem sempre a porta aberta
E vem chegando a primavera
Nosso futuro recomeça
Venha!
Que o que vem é Perfeição!...

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