segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Olho.

O tempo passa como um sopro de vento
Enquanto a criança chora e cresce
O homem cria outras mil formas de enganar o mundo
Quando realmente enxergo, sinto absorver algo além daquilo que costumo captar
Vejo com os olhos do terceiro que apenas analisa e compreende
Entendendo que existe algo além da vida traçada
Algum ponto na história de cada um decisório em todo o percurso da vida
E aquilo que realmente define o que somos, vem de dentro de nós
Daquilo o que cerca alguém empurra para o envolvido e vice-versa

Quando tudo o que se pode observar nessa estrada
Com olhos de quem olha e apenas analisa
O cientista que estuda o homem
E cruamente é capaz de desvendar todos os segredos por trás da história de uma vida
Há momentos em que sou aquele terceiro
Sempre presente no espaço
Vezes, ausente com o coração
Encontrando em seu interior frieza o suficiente para realizar a análise real dos outros
Menos de si mesmo e daqueles que lhe confundem o coração
Pois todos nós, humanos, temos algo desumano
Eis o segredo e a essência da alma; contradição!

Sou o olho que reconhece no espelho apenas um reflexo
De tudo aquilo que poderia ser e que não foi
Exatamente como todas as vidas que tão bem e cruamente analisa nas ruas por onde passa
Sou o olho que vê e não entende a razão de ser tão fácil reconhecer algo no outro
E tão pouco em si mesmo
Que julga entender tão bem todas as coisas
Menos tudo o que tocou

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