domingo, 5 de setembro de 2010

Descobrimentos de mim.

Hoje eu tinha um plano. Cogitava transformar minha noite em mais uma noite comum da minha existência. Televisão, livros, música, internet, comida, cama, travesseiros, cobertores e talvez um pijama quente; que provavelmente vou usar pela última vez (ou talvez mais algumas) no ano. Repintei meu cabelo recém avermelhado, tentei o transformar num leve castanho. Sentei na cadeira do computador. Entrei no meu querido MSN. Conversei com uns amigos. Foi então que uma janela surgiu piscando. Era uma amiga que admiro muito, e que já não via bastante há bastante tempo.
Ela me chamou pra sair. Disse que queria conversar. Eu disse que estava largada em casa, literalmente largada e desleixada. Ela disse para eu vestir qualquer coisa, e que viria me buscar. Aceitei. Comei a me arrumar. Calça jeans, bata cor – de – rosa, meias cor - de – rosa, bota Peter Pan, casaco de lã com estampa de oncinha, cachecol cor – de – rosa escuro, sobretudo preto. Brincos e maquiagem. Chapinha na franja. Observei a nova coloração do meu cabelo. Ficou castanho avermelhado, “menos pior”. Sim, eu estava pronta. Ela se perdeu no meio do caminho, GPS´s são uma merda. Acabei tendo que ir andando ao seu encontro. Os carros não estão em casa.
Enfim, acabamos indo a um barzinho onde tocava samba. Encontramos mais duas amigas dela, por coincidência. Eu já conhecia uma, a outra não. Garotas simpaticíssimas. Sentamos, bebemos, conversamos. Na verdade, eu só tomei uma espanhola, mas enfim. Gostei. Deixei o pré-conceito de lado, e realmente curti a música. Posso ser bem ignorante e preconceituosa no que diz respeito a algumas coisas. Tocaram a música da “Rosinha”, que inclusive vou ouvir agora. Lembrei dessa música um dia desses. Foi bom ouvir.
Bom, só escrevi tudo isso por que a situação foi importante para mim. Me fez refletir e pensar em mim. Sobre como às vezes me isolo. Acho que talvez isso faça parte do meu caráter. Gostar de ficar sozinha comigo mesma. Ficar com as minhas coisas, e com os meus pensamentos. Só eu, e eu. Gosto da minha própria companhia. Acho que me faço bem. Embora, hoje tenha aprendido uma lição. Todos precisam de companhia. Não uma companhia apenas pessoal, companhia alheia. Presença dos outros.
Amigos fazem parte da vida. Não só fazem parte, como também fazem um bem extremo e inexplicável. Amigos trazem mais vida a vida. Trazem mais risadas e bons momentos. Mais memórias para ficarem gravadas. Mais situações agradáveis em que se possa lembrar no futuro. Trazem mais aprendizado e algo que não consigo explicar. Amigos completam. Amigos nos dão tudo aquilo que não conseguimos obter sozinhos. Amigos são amor e cumplicidade. Eu amo todos os meus amigos, mais do que até eu mesma possa imaginar. “Fundamental é mesmo o amor, é impossível ser feliz sozinho”.
Não quero nunca mais me esquecer disso. De que preciso dos outros. De que preciso de uma companhia que não seja a minha própria. Preciso de risadas que não venham de filmes e livros. Preciso de risadas que não se resumam às histórias do meu irmão. Preciso, preciso, preciso compartilhar. Preciso sempre viver mais. Preciso aproveitar mais. Talvez eu até mesmo precise beber mais e fumar mais. Contanto que isso me torne mais feliz, preciso. Preciso de bebidas, cigarros, roles, e amigos e samba. Preciso de mais diversão. Preciso tornar meus dias mais contentes, coloridos, cheios de risadas, novos rostos e companhia. Preciso de mais retratos em formato de filmes em preto e branco para guardar no meu arquivo mental. Preciso de mais memórias epifânicas.

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