quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Nascimento.

Nessa semana, enquanto estava sentada em um vagão de trem, pensei sobre a palavra nascimento. Não que eu realmente tenha começado a pensar sobre nascimentos do nada, mas algumas idéias me vieram à cabeça. Algumas imagens e significados estranhos, coisas do gênero. Isso costuma acontecer comigo uma vez ou outra. Pensar em alguma coisa completamente desconexa.
Tentei visualizar a palavra enquanto via vultos de paisagem passar sob meus olhos, devido à movimentação do trem. Nascimento. N-a-s-c-i-m-e-n-t-o. O que é um nascimento? O que seria um nascimento, e como utilizar essa palavra sem destruir seu real sentido?! Acho que tive instantaneamente uma compreensão completa do real significado de nascer. Exatamente aquele tipo de entendimento que aparece de uma hora para a outra, como se fosse uma clareza completa, aparentando ser algo genuíno. Fazendo parecer ser algo genuíno, um tapa na cara da visão errônea que se pode adquirir sobre o mundo. Um corte no uso esdrúxulo e ao pé da letra que eu tenho das palavras. Uma mudança da visão mundana, algo mais puro do que as coisas que vejo.
Deparei-me com a convicção de que um nascimento significa muito mais do que a mera fatalidade de nascer. Na verdade, percebi como nascer significa muito mais do que se pode imaginar. Nascer simplesmente significa tudo. Tudo nasce. Não sei se conseguirei demonstrar meus vagos, porém completos pensamentos pelo uso das palavras. Mas imaginei o universo nascendo. Tudo nasce, nada surge. Me debati com a idéia de que os nascimentos têm total poder sobre o fluxo da humanidade. Sobre o planeta terra, sobre o mundo, sobre o universo. Nascimentos são vida. Nascimentos são sinônimos de existência. E tudo o que existe, nasceu um dia. Células nascem. Pessoas, animais, plantas, as formas de vida em geral, todas nascem. Idéias nascem. Conceitos nascem. Uma nação nasce. Inovações nascem. Tecnologia nasce. O amor nasce.A paz nasce. A tristeza nasce. As guerras nascem de atitudes. Tudo nasce. Tudo se cria de alguma forma. Uma coisa não pode existir sem antes ter nascido. Sem antes algum fator ter interferido para que a sua existencialidade se tornasse possível. O universo nasce. Nada surge, tudo sempre nasce. O mundo que nos cerca nasce, ao mesmo tempo em que as situações e as coisas ao nosso redor também.
A única coisa que me intriga, é de onde nasceu a primeira coisa. Onde se deu o início de tudo, e se nada existia antes da primeira coisa existir, de onde essa primeira coisa apareceu? Como se deu o primeiro nascimento? Do que nasceu o primeiro nascimento, se nada existia antes dele? Como se formou a primeira partícula do universo?
Não acredito em Deus, nem deuses, nem nada desse tipo. Não acredito num criador em si. Mesmo porque, se existisse de fato um criador, quem teria o criado? Da onde teria aparecido o criador do universo? E se ele tivesse realmente “surgido” no sentido mais explicito da palavra, o que o teria formado? O que teria formado o universo em que ele foi criado? Por favor, preciso saber da onde surgiu, ou nasceu, todo esse nascimento.

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