quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Vida

Acabei de assistir a um filme incrível. Conta a história de um cara que largou a vida e saiu por ai. Foi viver no mundo, conhecer o mundo, viver o mundo. Remexeu em mim algo que sempre andou inquieto: meu espírito. “Na natureza selvagem”, assim ele se chama.
Sei lá. Eu sempre tive vontade de viajar sem destino. Tenho dezoito anos, e há tempos desejo pegar minhas coisas e sair por ai. Andar durante uns seis meses, sozinha. Só eu e eu. Montanhas com um clima ameno. Praias vazias onde seja possível correr,ser livre. Sentar em lugares tranquilos, ir para bares e lugares diferente. Fotografar cenas, pessoas, animais, lugares, relatar meu espírito em imagens.
Conhecer cidades em que eu seja uma completa desconhecida, e que também sejam completamente desconhecidas pra mim. Não reservar hotéis. Não programar roteiros. Ir para onde der vontade. Dormir onde for possível. Comer quando tiver comida. Escrever, escrever, escrever, e me acabar de tanto procurar palavras para falar sobre todas as pessoas que eu conhecer, tudo o que eu ver, tudo o que eu pensar, analisar, concluir, refletir e encontrar, reconhecer, ter percepção, enfim, gostaria de fazer uma viagem em busca da minha própria plenitude. Para poder ficar em paz comigo mesma. Acho que só depois disso vou conseguir de fato me acalmar.
Preciso descobrir o que está guardado para mim. Ter certeza do que realmente sou. Saber quais rumos dar à minha vida. O que fazer do meu futuro. Preciso de um tempo só meu para aprender mais sobre mim, e questionar sobre isso tudo. Eu preciso viver mais a minha vida. Viver por viver. Viver e realmente viver, não mecanicamente. Rotina, trabalho, produção, tarefas. Tudo isso me incomoda tanto. A vida humana precisa de mais vida. Menos produção, mais vida. Menos dinheiro, mais aproveitamento. O homem precisa crescer mais interiormente. Existir no planeta terra e realmente conhecer o planeta. Ter vida e conhecer a vida. A vida precisa ser mais vivida. Eu quero poder um dia dizer que vivi tudo o que podia viver em minha vida. E quero que isso comece logo.

“E então nunca saberei da verdade pela qual estou tentando passar de novo — ainda depende de mim!” (Clarice Lispector).

Um comentário:

  1. filme pesado de bom, curti o comentário, senti as mesmas coisas. Beijo e chame as coisas pelo verdadeiro nome...

    ResponderExcluir