domingo, 14 de novembro de 2010

De dentro do metrô... - parte 3

Durante cinco minutos antes de entrar no vagão, me deparei com sonho e ilusão. Cinco minutos de paz e perdição. Cinco minutos para enxergar muito e acabar por não ver nada. Quando se enxerga muito, e não se vê nada. Quando tudo é muita coisa, mas muita coisa incapaz de preencher. Onde a loucura é só loucura. E onde a paz é só paz. Onde não existe o êxtase primordial. Onde não existe a plenitude de estar vivo em si. Onde o relógio só existe para marcar o tempo que passa, mas sempre volta. Passa e sempre volta. Onde o circuito do ciclo vazio é completo e preenchido. Preenchido, e ao mesmo tempo vazio. Onde se come apenas por comer. Onde se escuta apenas por escutar. Onde se anda apenas por andar. Se anda apenas por andar. Mecânico, desumano. É tudo máquina nesse modo de pensar. E aquela antiga humanidade desumana, onde foi parar?

Um comentário:

  1. heey, Parabéns! Curti muito seus textos, este em especial. Tem um apelo suburbano muito bom haha

    Vou esperar o próximo já heheh

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