sexta-feira, 24 de junho de 2011

Vastos, embora coerente...

Paguei R$22,00 numa pizza de chocolate e comi só um pedaço. Paguei R$22,00 por R$2,20. Em dois dias, fumei quase um maço inteiro de cigarro e assistir um filme e meio. Dediquei a maior parte do meu tempo em dormir. O carregador do meu notebook pifou e não consigo mais ouvir músicas, as minhas músicas. Estou usando a internet da vivo e meu twitter não quer postar minhas mensagens. Lembrei de uma coisa. Lembrei de escrever.
Estou sentada na primeira cadeira do lado direito da sala de jantar e ouço apenas três sons: o latir dos cachorros, o barulho da geladeira, e o teclar dos meus dedos. Acabei de ver uma foto louca de um amigo no facebook e descobri que algo que tentaria evitar para o meu sábado já não pode mais ser adiado. NÃO SEI POR QUE, MAS AS LETRAS DO WORD INSISTEM EM FICAR MAIÚSCULAS, EMBORA O “CAPSLOCK” ESTEJA DESATIVADO. APESAR DE TUDO ISSO, ESCOLHO NÃO ME ESTRESSAR.
Agora o Word voltou ao normal. Bom, decidi realmente manter a calma. Na verdade, é exatamente sobre isso que pretendo escrever hoje: sobre escolhas. Talvez ninguém consiga entender. Quase sempre escrevo e fico com a sensação de não conseguir expressar realmente o que sinto. Não conseguir passar alguma coisa aos outros, ajudar aqueles que me lêem. Mesmo assim, não importar. A gente não pode jamais deixar de tentar. Um dia eu chego lá.
Agora vamos começar a falar um pouco mais sobre as tais escolhas. Tenho certeza que todo mundo faz muitas escolhas todos os dias. Só o simples ato de acordar já consiste puramente em uma escolha; mesmo que automática. Minha última escolha, até agora, foi perder a preguiça de abrir o MSN. Na verdade, neste momento, também escolhi não procurar por coisas que não quero ver. Mas a gente sempre acaba se traindo, certo?! Uma hora eu me traio de novo.
E agora chega o momento em que percebo que estou enrolando por não saber exatamente como começar a falar sobre o que realmente importa agora. Não quero falar das pequenas escolhas. Quero falar das grandes escolhas. Grandes, e que mesmo assim passam despercebidas. Ou pequenas escolhas que podem se tornar demasiadamente grandes, a ponto de não caberem mais dentro de nós. Sim, essas escolhas são as que me importam no momento. Exatamente como a escolha de decidir não me estressar, mesmo depois de um dia complicado. Não ficar estressada, pra mim, é uma grande escolha. Ando tentando abstrair as coisas muito mais que o de costume.
Ultimamente, andei me perguntando bastante a respeito das escolhas que fiz de um ano pra cá. Chega a ser difícil de acreditar o quão grandes elas foram. A imensa importância que tiveram no curso da minha vida. Mas andei cutucando mais ainda as escolhas que fiz para o meu ano de 2011. Percebi, finalmente, que embora muitas dessas escolhas tenham me causado muito bem, outras me causaram completamente o contrário. E fico também pensando no quanto fui idiota ao fazer tais escolhas: estava ali, na minha frente. Eu poderia ter optado por outra coisa. Eu poderia ter pensado mais. Só que não pensei. E todas as minhas escolhas mal pensadas tiveram suas conseqüências. Conseqüências com as quais tive, e em muitos casos, continuo tendo que arcar diariamente.
Não que eu me arrependa daquilo que fiz. Tudo sempre serve pra gente aprender, certo?! Só que isso me faz olhar pras escolhas dos outros também. E quando eu olho para as escolhas de muita gente, eu penso: “Putz!”. Tipo, de “que merda” mesmo. E é muito ruim olhar alguém fazendo merda, não importa se a pessoa seja próxima ou distante, mas quando é próxima, é pior ainda. Depois eu paro e penso em quanto é ruim agir impulsivamente. Penso o quão estúpido é fazer as coisas sem pensar direito, mesmo que isso signifique não seguir o coração. Não digo que a racionalidade extrema deva ser contemplada. Acredito apenas que o coração, em muitas situações, está repleto de mágoa, rancor, e sentimentos negativos em geral. Muitas vezes o coração está cego. E em um coração cego, não se deve confiar jamais.
Eu, ao olhar para dentro e fora de mim, aprendi isso. Aprendi ao olhar para mim, para a minha vida, e para o meu redor. Então entendi que o coração cego só consegue foder ainda mais qualquer coisa já estourada. E que sempre que alguém age com o coração cego, se arrepende muito depois. E consigo enxergar o quanto tudo isso é triste. Então fico triste ao olhar para todas as vezes em que escolhi (Sim, escolhi!), agir com o coração cego. E o quanto o meu coração cego só foi capaz de me magoar ainda mais. Vejo isso olhando para um, dois, até mesmo três anos atrás. E agora, desde um pouco mais de um mês pra cá, quando consegui acordar tudo isso em mim. Olho para alguém agindo com o coração cego e simplesmente não consigo deixar de ficar dolorida pela pessoa. Olho e penso: “Pare com isso, pare com isso! Você não precisa fazer isso tudo com você! Poxa, você não precisa disso, então pare e pense um pouco mais na sua vida, pense sem ódio e sem rancor!”
Só que ao mesmo tempo em que tenho vontade de dizer tais coisas para as pessoas, não consigo. Ninguém escuta o que não quer. Ninguém olha o que não quer ver. O coração cego sempre age por si só. É impulsivo, é irracional e inconseqüente. Ele é cego para as coisas que não estão nele, oras. Então ele simplesmente não enxerga nada além de seu próprio orgulho, não alcança nada além do seu próprio nariz. Só que o coração cego sempre se machuca depois. O coração cego sempre se arrepende um dia. Se arrepender é inevitável e doloroso, mas serve para o crescimento de cada um. E a partir do momento em que a pessoa cresce olhando para o seu próprio coração cego, ela se arrepende, fica triste consigo, e depois consegue seguir em frente. A pessoa se livra do orgulho e de tudo que é ruim, mas todo mundo tem o seu tempo. Tempo que quem já curou o coração, não consegue entender direito. Tempo que quase sempre eu sou incapaz de respeitar.
Sempre que vejo alguém com o coração cego, tenho vontade de apertar a pessoa e fazer alguma coisa pra conseguir melhorar. Tenho vontade de enviar luz para quem possui o coração cego, pra quem escolhe errado. Não gosto de ver ninguém escolher errado. Eu me pego pensando que tudo poderia ser tão mais simples, é só cada um tentar entender e aceitar um pouco mais. É só cada um conseguir colocar a sua cabeça no lugar. E isso não é ser idiota, trouxa, ou alguém a quem todos os outros pisem em cima; isso é possuir paz dentro de si. Isso é olhar para os erros dos outros e perceber toda dor que existe dentro de cada um deles. Isso é possuir um pouco mais de compaixão. É não gostar de ver ninguém abandonando a melhor parte de si mesmo propositalmente, como eu tenho visto em muitos lugares por ai. Existem pessoas tão especiais e ao mesmo tempo tão profundamente magoadas!
É claro que ninguém consegue responder a causa de tantas coisas ruins ocorrerem a pessoas boas. Ninguém entende certos fatos. Mas grande parte dessas coisas ruins, só acontece a partir do momento em que a pessoa permite que elas ocorram. A partir do momento em que ela escolhe se afastar dela mesma ao se deparar com situações complicadas. E mesmo assim, quando se vê uma pessoa decidindo causar mal não só a ela mesma, porém para os outros, não se deve julga - lá. Todos possuem seus motivos. Todos, sem exclusão alguma. Ninguém consegue entender perfeitamente o que ocorre na cabeça de outra pessoa, só ela mesma é capaz de se entender por inteiro. Mas pra isso ela tem que se dar uma chance. Pra isso ela tem que entender sozinha que nem tudo precisa ser tão ruim assim. Precisa aprender a perdoar os outros um pouco mais.
Essas foram algumas das coisas que eu andei aprendendo sobre mim. Aprendi a não guardar rancor, não julgar, não querer magoar. Pelo menos enquanto o meu coração estiver claro. Aprendi que em toda coisa ruim, realmente, existe uma coisa boa para todo mundo. E que o tempo precisa dele mesmo para se resolver. Aprendi que não sou tão forte a ponto de não precisar de ninguém: todo mundo precisa de alguém nos momentos difíceis. Mas existe uma grande diferença entre tentar se entender com quem realmente pode ajudar, e com aqueles que só são capazes de causar mais danos ainda. E é isso que estou tentando adaptar a minha vida: envolvo-me em tudo aquilo que me faz bem, por todos amigos que estão dispostos a me dar apoio, mesmo que tal atitude signifique ouvir coisas que não quero ouvir, uma vez ou outra. Todo mundo precisa de um braço amigo, braço do bem. Todo mundo sempre precisa de alguém.
E finalmente, posso dizer que a pessoa que agora escrever, é realmente uma pessoa um pouco diferente da pessoa de antes. Pretendo sempre continuar a ser o meu melhor remédio, mesmo que exista em mim a necessidade de receitas alheias, para o bem ou para o mau. Um dia a gente consegue enxergar as coisas. Hoje é dia 25-06-2011, e falando em enxergar, eu nem vi a semana passar. Hoje foi o primeiro dia em que eu rezei, para o que quer que seja, em mais ou menos quatro anos.

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